As células do cérebro produzem resíduos, e por isso o órgão precisa fazer uma espécie de limpeza. Mas o que acontece com esse “lixo”? Estudos tentam responder a essa questão ao longo dos anos, e uma série de três artigos publicados na Nature pode ter finalmente ter decifrado esse enigma.

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  • Cérebro pode ser treinado para liberar toxinas

O artigo mostra que durante o sono, ondas elétricas empurram fluido ao redor das células, das profundezas do cérebro para sua superfície. Lá, os resíduos desse fluido são absorvidos pela corrente sanguínea, que os leva ao fígado e aos rins para serem removidos do corpo.

Um desses resíduos é o amiloide, substância que forma placas no cérebro de pacientes com Alzheimer. Acredita-se que o sistema de remoção de resíduos do cérebro fica prejudicado nessa condição, e a ideia dos especialistas por trás do estudo é que essas novas descobertas possam justamente ajudar a entender onde está o problema.


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É claro que não é tão simples, e exige muito mais pesquisa, mas os autores acreditam que conseguir restaurar essa drenagem um dia pode ser um passo para prevenir o desenvolvimento da doença.

Limpeza do cérebro

A limpeza do cérebro está relacionada ao chamado sistema glinfático. Funciona como um “encanamento”, em que a água entra limpa, e aí você lava as mãos e a água suja sai.

Estudos anteriores indicaram que quando se dorme, o fluido cerebrospinal começa a fluir rapidamente pelo cérebro, eliminando resíduos. Inclusive, você sabia que dormir de lado ativa sistema glinfático e é melhor para o cérebro?

De qualquer forma, para entender o que empurra o fluido e como ele transporta resíduos através da barreira que separa o tecido cerebral da corrente sanguínea, os autores deste novo estudo começaram a observar o que o cérebro faz durante o sono e mediram a potência de uma onda elétrica.

Estudos aperfeiçoam compreensão sobre a limpeza do cérebro (Imagem: Tima Miroshnichenko/Pexels)

A descoberta desse novo estudo é que as ondas agem como um sinal, sincronizando a atividade dos neurônios e transformando-os em pequenas bombas que empurram o fluido em direção à superfície do cérebro.

Nessa mesma edição da Nature, um segundo artigo expuseram ratos com Alzheimer a rajadas de som e luz, e notaram que a estimulação induziu ondas cerebrais, aumentarando o fluxo de fluido limpo para dentro do cérebro e o fluxo de fluido sujo para fora.

Etapas da limpeza

Com os estudos, podemos observar que manter o sistema de eliminação de resíduos do cérebro funcionando requer duas etapas distintas: uma para empurrar os resíduos para o líquido que envolve o cérebro e outra para movê-los para o sistema linfático e depois para fora do corpo.

Mas ainda há algumas controvérsias relacionadas a esse assunto: a própria Nature tem publicações que afirmam que o sono não ajuda o cérebro a eliminar toxinas, e que inclusive essa atividade de limpeza fica menor quando alguém dorme. Ainda há muito o que se entender sobre o órgão mais misterioso do corpo humano.

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