O número de mortes causadas por superbactérias não para de crescer e deve atingir níveis recordes até 2050. Nos próximos 25 anos, é estimado que quase 40 milhões de pessoas possam morrer devido à resistência antimicrobiana (RAM), na qual os tradicionais antibióticos não fazem mais efeito e são ineficazes em eliminar os patógenos.

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  • É possível “impedir” as superbactérias e a resistência antimicrobiana?

Esta é a conclusão de uma análise divulgada, nesta semana, pelo grupo de cientistas de Projeto Global Research on Antimicrobial Resistance (GRAM), incluindo membros da Universidade de Oxford (Reino Unido). No total, foram analisados dados sobre superbactérias coletados em mais de 200 países

Hoje, a RAM já é uma das principais causas de morte em todo o mundo, especialmente em países com poucos recursos. Inclusive, a Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta para a emergência do problema e busca ampliar o desenvolvimento de novos antibióticos para combater as superbactérias mais mortais.


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“Este estudo histórico confirma que o mundo enfrenta uma emergência de [falta] antibióticos, com custos humanos devastadores para as famílias e as comunidades em todo o mundo”, afirma Dame Sally Davies, uma das autoras do novo estudo, em nota.

Risco das superbactérias

Publicado na revista The Lancet, o estudo analisou 520 milhões de registros individuais de pacientes, incluindo dados hospitalares, de medicamentos usados e de óbitos, coletados em 204 países. 

Entre os patógenos resistentes aos remédios convencionais, foram analisados 22. Entre eles, está a bactéria Staphylococcus aureus resistente à meticilina (MRSA). Em 2021, 130 mil mortes foram causadas pelo agente infeccioso, sendo que, em 1990, foram identificadas cerca de 57,2 mil. É um crescimento de mais de 100% no número de óbitos. Entretanto, há mais ameaças, o que explica o cenário de alerta.

Mortes devido a bactérias resistentes

Considerando os dados de 1990 a 2021, a RAM já causou a morte direta de mais de 36 milhões de pessoas (em 31 anos). Isso equivale a uma média de 1,1 milhão de mortes anuais diretamente ligadas às superbactérias. O número anual deve saltar para 1,91 milhão em 2050, o que gerará, até lá, a morte de aproximadamente 39 milhões de pessoas. 

Mortes por causa das superbactérias devem aumentar muito até 2050, chegando a 1,9 milhão por ano (Imagem: CDC/Unsplash)

Além disso, a projeção é de que ocorra aumento também nas mortalidades relacionadas à RAM, chegando a 8,22 milhões em 2050. É um aumento de 75% em relação aos 4,71 milhões de mortes associadas em 2021. 

Faixas etárias mais atingidas

Embora o cenário geral seja de cautela, os pesquisadores encontraram alguns dados bastante positivos. Entre 1990 e 2021, as mortes por superbactérias entre crianças menores de 5 anos diminuíram em 50%. A redução foi relacionada aos programas de vacinação e à melhora no acesso à água potável e ao saneamento básico — sem relação com a prevalência das bactérias resistentes.

Por outro lado, as mortes entre as pessoas com mais de 70 anos aumentaram em uma porcentagem superior aos 80%. Isso porque, conforme a pessoa envelhece, o sistema imunológico enfraquece e o risco de infecções cresce.

Os casos de resistência antimicrobiana também colaboram para o aumento de hospitalizações de longa duração e aumentam os custos na área da saúde.

Soluções?

Em busca de novas soluções para o atual desafio na área da saúde, os resultados do atual estudo serão debatidos, no dia 26 de setembro, em encontro na Assembleia Geral da ONU em Nova York, nos EUA. As autoridades discutirão maneiras de brecar as superbactérias, incluindo o uso mais consciente de antibióticos e o desenvolvimento de novos remédios e vacinas. A Inteligência Artificial (IA) já está ajudando nesse processo de inovação.

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