Após enviar uma mensagem para todos os usuários na qual se apresenta contra o PL das Fake News, o Telegram recebeu uma ordem direta do Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. O magistrado manda que o aplicativo apague a nota imediatamente. Caso a decisão seja descumprida, o app será suspenso em todo o território nacional por 72 horas.

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Telegram (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

A decisão foi anunciada na quarta-feira (10), um dia após o Telegram publicar um texto contra o projeto de lei 2.630/2020. Além de apagar a mensagem, o Ministro exige que a plataforma divulgue um novo texto para seus usuários, que destaca a caracterização de desinformação:

Por determinação do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, a empresa Telegram comunica: A mensagem anterior do Telegram caracterizou FLAGRANTE e ILÍCITA DESINFORMAÇÃO atentatória ao Congresso Nacional, ao Poder Judiciário, ao Estado de Direito e à Democracia Brasileira, pois, fraudulentamente, distorceu a discussão e os debates sobre a regulação dos provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada (PL 2630), na tentativa de induzir e instigar os usuários a coagir os parlamentares.

Moraes fez cinco exigências

De acordo com o G1, Alexandre de Moraes definiu cinco pontos que devem ser cumpridos:

  • a remoção da mensagem enviada pelo mensageiro aos usuário no dia 9 de maio;
  • o envio da nota redigida pelo STF aos mesmos destinatários;
  • em caso de descumprimento, suspensão do Telegram por 72 horas em todo o Brasil;
  • multa de R$ 500 mil por hora em caso de descumprimento, mesmo que o aplicativo esteja fora do ar;
  • a tomada de depoimentos pela Polícia Federal dos representantes do Telegram no Brasil em até 48 horas.

Além disso, o Ministro do STF destacou a má conduta da plataforma ao afirmar que ela “configura, em tese, não só abuso de poder econômico às vésperas da votação do Projeto de Lei, mas também flagrante induzimento e instigação à manutenção de diversas condutas criminosas praticadas pelas milícias digitais”.

Vale lembrar que na mensagem do Telegram enviada na terça-feira (9), a companhia disse que nomes como Google e Meta teriam se unido para “mostrar ao Congresso Nacional do Brasil a razão pela qual este projeto de lei precisa ser reescrito”.

No entanto, horas depois do envio da nota, ambas Google e Meta negaram as alegações do aplicativo de mensagens.

Com informações: Carta Capital.

Ministro Alexandre de Moraes ordena que Telegram delete mensagem contra PL das Fake News