Em evento na fábrica em Betim (MG), o presidente da Stellantis para a América Latina, Antonio Filosa, anunciou a meta de que 20% dos carros vendidos pela montadora no Brasil teriam algum tipo de eletrificação até o ano de 2030.
Em comparação com outros países, a meta local parece conservadora. A Stellantis planeja que 100% dos veículos vendidos na Europa sejam eletrificados; para os Estados Unidos, seriam 50%. A empresa leva em conta, no entanto, que as emissões de carbono no Brasil já são menores graças à utilização de etanol como combustível.
Elétricos e híbridos serão fabricados no Brasil
Filosa também apresentou outras metas durante o evento. A Stellantis quer ser uma empresa carbono neutro até 2038 e dobrar a receita líquida até 2030. Para isso, a montadora aposta na nacionalização do desenvolvimento e produção de componentes.
Trata-se de um trabalho extenso, pois a Stellantis precisará convencer fornecedores a fabricarem produtos que hoje possuem baixa demanda e são importados. Filosa aposta na nacionalização da produção desses componentes vários motivos, incluindo menores custos de impostos e logística.
A Stellantis também comemora que o Brasil dispõe de matéria-prima para produção das baterias, incluindo reservas de lítio no norte de Minas Gerais. Outros metais utilizados no processo fabril também são amplamente encontrados no país e na América Latina.
A fabricante não anunciou nenhum novo carro eletrificado produzido no Brasil, mas um lançamento é esperado nos próximos anos. De acordo com o executivo, a montadora apostará em um produto com potencial para maior volume de vendas.
Bio-Hybrid: a plataforma da Stellantis para eletrificação
A Stellantis apresentou suas quatro plataformas de eletrificação para os próximos anos. Elas serão utilizadas igualmente por carros de todas as marcas presentes no Brasil, incluindo Fiat, Jeep, Citroën e Pegeout.
- Bio-Hybrid: sistema elétrico híbrido multifuncional com bateria de lítio, que carrega a bateria e gera o torque adicional. A bateria não é recarregável pela energia elétrica.
- Bio-Hybrid e-DCT: dois motores elétricos fornecem energia para impulsionar o veículo em modo totalmente elétrico ou em conjunto com o motor térmico. A bateria não é recarregável pela energia elétrica.
- Bio-Hybrid plug-in: combina motores elétricos com motor térmico, e o cliente pode recarregar a bateria pela energia elétrica. Permite a condução 100% elétrica, 100% térmica ou híbrida
- BEV: veículo totalmente elétrico
A capacidade dos motores avança progressivamente conforme a plataforma. O Bio-Hybrid mais simples tem em torno de 3 KW de potência, enquanto a versão e-DCT tem 3 KW + 16 KW.
De acordo com João Irineu Medeiros, VP de assuntos regulatórios da Stellantis, a utilização de veículos híbridos é uma importante forma de reduzir as emissões de carbono, que acontecem principalmente durante a partida inicial do motor.
Os veículos híbridos continuam com motores flex, ou seja, compatíveis com gasolina e etanol. Para que as emissões realmente diminuam é necessário que o consumidor mude o hábito e abasteça apenas com etanol.
Atualmente, 30% dos carros da frota circulante no Brasil são considerados veículos de baixa emissão graças à utilização de etanol. Trata-se de uma grande vantagem frente a outros países cujo combustível predominante é a gasolina.
Stellantis já tem carros elétricos e híbridos
A eletrificação não é um assunto novo para a Stellantis. A montadora já possui veículos elétricos e híbridos em seu portfólio.
Durante o evento, tive a oportunidade de dirigir os modelos Pegeout e-2008, Fiat 500e e o furgão Citroën E-Jumpy. Tratam se de modelos 100% elétricos, ou seja, é necessário recarregar os veículos na tomada. Todos foram extremamente silenciosos durante o test-drive.
Os preços ainda são bem salgados. O modelo mais barato é o Pegeout e-2008, que sai pelo valor de R$ 209,9 mil. O elétrico também está disponível via assinatura através da Flua, com valor mensal a partir de R$ 6,7 mil.
Fiat, Jeep, Citroën e Pegeout almejam 20% de vendas em versões eletrificadas no Brasil
You must be logged in to post a comment.