Dados divulgados pela Anatel neste início de julho mostram que a Starlink já é a maior operadora de internet por satélite no Brasil. A empresa fechou o mês de maio de 2024 com 200 mil acessos (ou clientes). A Hughesnet aparece na segunda posição com 179 mil acessos.
O feito é notável porque a Starlink registrou 162 mil acessos no Brasil em abril. Houve uma alta de 38 mil acessos no período de um mês, portanto.
Já a Hughesnet experimentou um pequeno encolhimento: seus acessos caíram de 180 mil para 179 mil no mesmo comparativo de tempo.
Se a comparação for feita ano a ano, o avanço da Starlink é ainda mais impressionante. Em 2023, o serviço registrou 57 mil acessos no Brasil. Já a Hughesnet obteve 195 mil acessos no mesmo período.
Esse cenário deixa evidente que, enquanto a Starlink cresce, os serviços rivais encolhem, como a tabela a seguir reforça:
Posição | Empresa | Acessos em 05/2024 | Acessos em 05/2023 |
---|---|---|---|
1 | Starlink | 200.320 | 57.605 |
2 | Hughesnet | 179.462 | 195.201 |
3 | ViaSat | 26.456 | 32.334 |
4 | Telebras | 20.784 | 26.894 |
5 | Claro | 19.572 | 20.588 |
O que explica o avanço da Starlink?
O ranking baseado em maio de 2024 mostra que a Starlink detém 42,5% do mercado de acesso à internet por satélite, enquanto a Hughesnet fica com 38,1%. No mesmo período de 2023, a Starlink tinha 15,8% de participação, enquanto a Hughesnet liderava com 53,6%
Provavelmente, a explicação para tamanha diferença é tecnológica. Operada pela SpaceX, empresa do setor aeroespacial controlada por Elon Musk, a Starlink usa uma rede com centenas de satélites de órbita baixa para disponibilizar acesso à internet em várias partes do mundo. Já os serviços rivais atuam com poucos satélites.
A abordagem de rede ampla de satélites permite que a Starlink ofereça larguras de banda frequentemente mais elevadas que as disponíveis nos serviços rivais. A Starlink também se destaca por oferecer latências menores, tipicamente abaixo de 40 ms (mas pode haver variações para mais).
No Brasil, os planos da Starlink de uso residencial começam em R$ 184 por mês, mais o valor de contratação do kit com antena e receptor, atualmente no valor de R$ 2.000 (sem considerar descontos ou promoções).
Banda larga via satélite tem 0,9% de participação
Serviços de internet via satélite visam atender a áreas rurais, localidades afastadas de grandes centros urbanos ou regiões que têm cobertura deficiente de acesso móvel ou via cabo. Isso explica o fato de apenas 0,9% das conexões banda larga no Brasil serem baseadas em satélite.
Novamente considerando o mês de maio de 2024, a distribuição de tecnologias de banda larga fixa no país ficou assim, de acordo com a Anatel:
- Fibra óptica: 75,5%
- Cabo coaxial: 17,4%
- Rádio: 3,5%
- Cabo metálico: 2,6%
- Satélite: 0,9%
O Brasil registrou 471 mil acessos na modalidade de satélites em maio. A região dominante é Minas Gerais, com 70 mil acessos. São Paulo aparece em segundo lugar com 51 mil acessos, enquanto o Pará fica em terceiro com 40 mil.
Starlink já é o maior provedor de internet por satélite do Brasil
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