Disputa entre Elon Musk e Alexandre de Moraes envolve atuação da Starlink (ilustração: Vitor Pádua/Tecnoblog)
Resumo
  • A Starlink mantém 22 estações terrestres no Brasil, essenciais para comunicação com sua rede de satélites.
  • Os equipamentos estão espalhados pelos seguintes estados: AL, AM, BA, CE, ES, MG, PR, PE, PI, RJ, RN, RS, SP e SE.
  • As estações terrestres garantem uma conexão mais rápida e de menor latência com a internet.
  • A continuidade do serviço pode ser comprometida caso a Starlink não cumpra decisões judiciais no Brasil, resultando na possível desativação das estações.

O provedor de internet Starlink, do empresário Elon Musk, mantém 22 estações terrestres no território brasileiro. Os equipamentos são necessários para uma comunicação mais efetiva com a malha de satélites da companhia. Por aqui, a empresa atende cerca de 224 mil assinantes, segundo balanço de julho.

Eles estão espalhados por todas as regiões do Brasil. No estado do Rio de Janeiro, por exemplo, há um na Pavuna e outro em Itaboraí. As estações poderão ser seladas caso a Starlink continue desafiando a Justiça brasileira, conforme explicaremos mais abaixo.

Primeiro de tudo: para que servem estas estações?

(Imagem: Divulgação/Starlink)
Antena da Starlink precisa de céu limpo para se comunicar com satélites (imagem: Divulgação/Starlink)

A infraestrutura da Starlink é formada pelos seguintes equipamentos:

  • Antenas dos clientes
  • Satélites em órbita
  • Gatewayas
  • POPs (os pontos de presença)

Quando o consumidor da Starlink acessa um site, a solicitação sai do dispositivo e passa pela antena residencial. Ela se comunica com o satélite, na órbita da Terra, que direciona a solicitação para as estações terrestres. A partir daí, a comunicação com a rede mundial de computadores ocorre por fibra ótica.

Os gateways se assemelham com as antenas residenciais, porém são maiores, mais sensíveis e possuem maior capacidade de transmissão de dados. Os gateways e o único POP da Starlink no Brasil são responsáveis por ligar a rede da empresa ao restante da internet.

O Tecnoblog elaborou a tabela abaixo com base em dados registrados pela Starlink junto à Anatel. Confira abaixo:

Cidade UF Localidade
Camaçari BA Parque Real Serra Verde
Fortaleza CE Praia do Futuro II
São Gonçalo do Amarante CE Croatá
Juazeiro do Norte CE São José
Guarapari ES Village do Sol
Itaboraí RJ Centro (Porto das Caixas)
Rio de Janeiro RJ Pavuna
João Câmara RN Loteamento Rota dos Ventos
Mossoró RN Monsenhor Américo
Uruguaiana RS Plano Alto
Porto Alegre RS Sarandi
Luz MG
Montes Claros MG Village do Lago I
Passa Quatro MG
Presidente Prudente SP Jardim Satélite
Osasco SP Industrial Anhangüera
Santana de Parnaíba SP Itaim Mirim
Santana de Parnaíba SP Tamboré
Manaus AM Área rural
Surubim PE Coqueiro
Rio Negro PR
Rolândia PR Área rural
(Fonte: Tecnoblog com base em dados da Anatel)

Por que as estações são importantes?

As estações terrestres (sejam os gateways ou o POP) permitem que a conexão da Starlink com as plataformas e sites brasileiros esteja fisicamente mais próxima. E assim, a transmissão de dados se dá de maneira mais veloz, com menor latência.

O presidente da Anatel, Carlos Baigorri, declarou ao longo do fim de semana que a Starlink não tomaria as providências para bloquear o acesso ao X. Numa decisão controversa do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, o provedor de internet teve as contas bloqueadas. A Starlink questiona este ponto e diz que só irá suspender o antigo Twitter quando os recursos forem descongelados.

Navegador informa que não é possível acessar o site do X (imagem: reprodução/Tecnoblog)
Starlink se recusa a bloquear X (imagem: reprodução/Tecnoblog)

Este ponto é importante porque a Starlink possui autorização da Anatel para atuar no Brasil desde 2022. De lá para cá, conquistou 250 mil clientes. Caso ela mantenha postura, poderá perder a outorga, o que, em último caso, resultaria na desativação forçada das estações.

O serviço da Starlink provavelmente continuaria funcionando no país, já que os satélites possuem condições de conversar com outros equipamentos de solo espalhados pelo mundo. A qualidade do acesso, no entanto, tende a se deteriorar, com uma rede mais lenta.

Starlink no Brasil: saiba a localização das 22 estações terrestres