Os oceanos da Terra, com seus 140 milhões de quilômetros quadrados, estão todos conectados — o que fica ainda mais fácil de visualizar se você pensar no mundo como um único oceano intercalado pelos continentes. Tecnicamente, o planeta possui apenas um oceano, gigante e com um nome bem óbvio: o oceano mundial. Mas como é preciso localizar diferentes partes desse mesmo oceano em diferentes lugares do mundo, é necessário definir um limite entre essas partes. Mas como se “divide” esse tanto de água? E de onde surgiram os nomes dos oceanos?

Atualmente, existem cinco grandes oceanos que são definidos de acordo com a proximidade dos continentes e várias características oceanográficas; são eles: Oceano Atlântico, Oceano Ártico, Oceano Índico, Oceano Pacífico e Oceano Antártico, definidos pela Organização Hidrográfica Internacional (IHO). Entretanto, o Antártico é uma adição muito recente, pois, ao longo dos últimos anos, as suas águas foram identificadas como um ecossistema distinto e de grande impacto no clima global, com seu imenso volume de água fria.

Como foram definidos os nomes dos oceanos?

Nessa representação, é possível entender a dimensão global desse imenso corpo de água, dividido em cinco grandes região (Imagem: Reprodução/Wikimedia Commons/Quizimodo)
  •  Atlântico: com origem na mitologia grega, este oceano foi batizado com o nome de Atlas, filho de Netuno, o deus dos mares e pai das Atlântidas, como eram conhecidas as Plêiades — um aglomerado de estrelas com sete delas em destaque, na constelação de Touro.
  •  Pacífico: inicialmente nomeado Oceano do Sul pelo navegador espanhol Vasco Nuñez de Balboa, os primeiros registros do nome deste oceano nos remete a 1520, ano em que Fernão de Magalhães — navegador português conhecido por encabeçar a primeira grande expedição pelos oceanos —, percorreu o litoral sul do continente americano a oeste da Cordilheira dos Andes, e a tranquilidade daquelas águas o deixaram impressionado.
  •  Índico: este nome foi definido de acordo com referências geográficas, como o nome das regiões localizadas nas costas banhadas por essas águas, como a Índia e Indonésia.
  •  Ártico: localizado no polo Norte, sob a constelação da Ursa Menor, o nome deste oceano tem origem com a palavra grega “arctos”, que significa urso — um dos animais que simbolizam esta região.
  •  Antártico: o nome deste oceano é bem simples. Se no polo Norte está o Ártico, por oposição, no polo Sul está o Antártico circulando o continente congelado.

Como é determinado o limite dos oceanos?

Os cinco oceanos (Imagem: Reprodução/Mundo Educação)

Séculos atrás, as rotas marítimas ocidentais ocupam uma mesma região do globo, ali entre a Europa e a América do Norte, a África Ocidental e a América do Sul e, por isso, pensamos que esses dois nichos fossem dois oceanos distintos. Esse, aliás, é um belo exemplo para o perigo de estabelecer parâmetros de divisão baseados em nossa visão de mundo — a qual muda com o tempo. Com o passar do tempo, foram estabelecidos quatro grandes oceanos, delimitados principalmente por terra (continentes e algumas ilhas).

Hoje em dia, quem é responsável por definir os limites entre as águas do oceano global é a Organização Hidrográfica Internacional (IHO), voltada para a hidrografia internacional. Atualmente, 77 Estados fazem parte da IHO; entre eles, o Brasil. Para definir o limite entre os oceanos, especialistas consideram uma série de características relacionadas aos relevos marinhos destes oceanos, aos tipos de correntes marítimas, às temperaturas dessas águas e até mesmo aos ecossistemas estabelecidos nestes ambientes.

Por exemplo, se levarmos em consideração a salinidade da água ou de suas correntes oceânicas, a velha ideia de dois oceanos Atlânticos distintos até faz sentido. Já pelo ponto de vista da geologia, a dorsal mesoatlântica — que é a cordilheira presente de norte a sul no Atlântico — divide este oceano em dois. Ou seja, para chegar a uma conclusão de parâmetros que possam definir os limites entre os oceanos, é necessário levar muitos dados em consideração, pois são sistemas complexos.

Esta concepção com a Antártida no centro revela o impacto das águas do oceano Antático nos outros oceanos — além, é claro, de revelar uma perspectiva de um único sistema de água (Imagem: Reprodução/Michael Meredith)

No entanto, as águas ao redor da Antártida apresentam características muito únicas e bem definidas, como uma forte corrente que flui em direção a leste e uma zona de convergência de águas bem geladas que se esbarram com as águas quentes vindas do norte.

Embora ainda não seja um nome oficial, pois seus limites foram propostos pela IHO no ano 2000 e nem todos os países membros concordaram com os parâmetros, tudo indica que estas águas são a região do oceano global mais fáceis de “separar”, justamente por conta destas características únicas.