Nesta semana, pesquisadores brasileiros descobriram dez novas espécies de leguminosas, a maioria ameaçada de extinção, por surgir em áreas fora de unidades de conservação, que foram urbanizadas. Mas para que se faça a conservação de uma espécie, os cientistas afirmam que é necessário conhecê-la primeiro — é justamente nisso que se fixa a importância do estudo em questão.

Dentre as leguminosas descobertas está o barbatimão-do-rio-doce (Stryphnodendron flavotomentosum), árvore que pode atingir 20 metros de altura. O estudo revela também a Stryphnodendron velutinum, de até 5 metros de altura, localizada no noroeste de Minas Gerais. Os cientistas descreveram, também, dois novos gêneros: Naiadendron e Gwilymia.

Os cientistas — que integram o Jardim Botânico do Rio de Janeiro, a Universidade de São Paulo e a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), além das universidades federais de Ouro Preto, de Santa Catarina e de São Carlos, da Universidade Estadual de Feira de Santana e das universidades de Gotemburgo, na Suécia, e de Zurique, na Suíça — publicaram as novas espécies nas revistas Systematic Botany e Phytotaxa, enquanto os novos gêneros foram publicados na revista PhytoKeys.

Stryphnodendron velutinum (Imagem: Divulgação/JBRJ)

A equipe afirma que estudou o DNA dessas plantas para tentar entender as relações de parentesco entre elas e um pouco da história evolutiva de tais espécies na região neotropical.

A ideia, basicamente, é fornecer esses dados ao público para a tomada de decisões para conservação. Assim, o próximo passo envolve fazer a conexão do trabalho científico com os centros relacionados, para propor medidas de conservação das espécies.

Segundo os autores, as descobertas também podem representar importantes avanços para estudos de biotecnologia, no futuro, já que alguma dessas espécies pode apresentar potencial para a medicina ou para a indústria da madeira, por exemplo. No entanto, para que se alcance esse potencial, é necessário aprofundar os estudos.