A Fiat foi a montadora que mais vendeu carros no Brasil em 2022. E parte desse sucesso se dá porque a empresa tem total autonomia e traça suas estratégias em separado da matriz, que fica na Itália. De olho nesse ótimo desempenho, a fabricante pode unificar as linhas de carros vendidos no Brasil e na Europa para maximizar os lucros no Velho Continente.
E quem tem essa ideia é justamente o chefão da Fiat, Olivier François. Em entrevista ao portal da revista britânica Auto Express, o executivo entende que alinhar a produção dos dois mercados pode fazer com que a Fiat europeia tenha lucros mais regularmente, do mesmo modo que acontece com a filial brasileira.

“Não tem jeito da Fiat se tornar regularmente lucrativa – ela é lucrativa agora, mas queremos aumentar isso —, se não unificarmos nossa linha europeia e brasileira. Vamos começar em 2024, 2025 e 2026 com carros que já estão definidos em design e outros componentes. Vamos ter uma única linha de modelos. Eles podem ser elétricos em uma região, a combustão em outra, com pequenas diferenças, o que nos permite fazer volumes gigantescos usando a mesma base”, disse François.
A “base” a que o executivo se refere é a CMP, plataforma desenvolvida pela Peugeot (hoje parte do grupo Stellantis) e que dá origem a modelos como o Peugeot e-208, Peugeot e-2008 e o recém-lançado Jeep Avenger, que deve chegar ao Brasil ainda este ano e usa uma variante dessa base, a STLA.
A grande vantagem da CMP é de poder ser a base de carros elétricos, híbridos e a combustão com a mesma eficiência. Indo na esteira do que disse François, um Fiat Pulse, por exemplo, pode ir para o mercado europeu para ser o substituto do atual Fiat Tipo, mas como um SUV elétrico de pequeno porte. Aqui, como sabemos, ele é flex.
Em contrapartida, a nova geração do Fiat Punto, já em desenvolvimento na Itália, pode se transformar na nova geração do Fiat Argo, que começa a ficar bem defasado em comparação aos rivais compactos em nosso mercado.



















Opinião do
A Fiat está há muitos anos no mercado brasileiro e soube muito bem como trabalhar por aqui, vendendo modelos de enorme sucesso, como o Fiat Uno Mille, Fiat Palio, Fiat Strada e tantos outros. O segredo: produzir veículos populares e pensados para o Brasil.
Sempre que trouxe projetos europeus, como o Fiat Bravo, Fiat Tempra e o temido Fiat Marea, mesmo que excelentes carros e muito mais refinados, a adaptação em nosso mercado, com nossa infraestrutura e nossos mecânicos, não foi boa.
Se a estratégia da matriz italiana é de unificar as produções e trocar somente os nomes e detalhes regionais de produção, o caminho pode ser uma melhoria natural dos modelos vendidos aqui e uma simplificação do que chegará na Europa. Se vai dar certo, são outros quinhentos.
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