Donald Trump teve suas contas suspensas indefinidamente do Instagram e do Facebook no começo de 2001, logo após ter feito elogios à invasão ocorrida no Capitólio no dia 06 de janeiro.
Na época, a medida foi apoiada pelo Conselho de Supervisão da Meta, entidade independente que ajuda a verificar as decisões tomadas pela empresa. Apesar do apoio, o Conselho alertou para a falta de critério claros estabelecidos nas plataformas para esse tipo de situação e apontou para o quão drástica era a natureza aberta da decisão, sem um tempo definido de suspensão.
Diante disso, a Meta decidiu colocar um prazo de retirada de dois anos para as contas do ex-presidente, esclarecer melhor suas regras para essas circunstâncias e atualizar seu Protocolo de Política de Crise.
Além disso, a empresa resolveu que terminado o período, eles iriam ponderar se reativariam ou não as contas de Trump, avaliando, para isso, se o risco à segurança pública havia diminuído.
Diretrizes das plataformas foram atualizadas
Findo o período de dois anos, a Meta cumpriu com o acordo e reavaliou seu decreto. Segundo eles, a suspensão foi uma decisão extraordinária tomada em circunstâncias extraordinárias e, no estado normal das coisas, o público deveria poder ouvir um ex-presidente dos EUA.
“Agora que o período de suspensão terminou, a questão não é se escolhemos restabelecer as contas do Sr. Trump, mas se ainda existem tais circunstâncias extraordinárias que justificam a extensão da suspensão além do período original de dois anos”, explicou em seu comunicado.
O veredito, portanto, foi de restabelecer as contas do político ao longo das próximas semanas. Embora, para isso, uma série de diretrizes das plataformas tenham sido atualizadas.
Entre as medidas adotadas, está a decisão de aplicar penalidades mais severas à figura públicas suspensas por questões relacionadas a distúrbios civis e que reincidam nessas ocorrências. O que quer dizer que, caso Trump volte a publicar um conteúdo infrator, a publicação será removida da rede social e ele será suspenso por um período que pode ir de um mês até dois anos, dependendo da gravidade do ocorrido.
Além disso, até mesmo conteúdos que não infrinjam diretamente as regras da comunidade, mas apresentem algum tipo de risco (como, por exemplo, publicações que deslegitimem uma eleição) terão sua distribuição limitada.
Em casos especiais, caso o político publique algum conteúdo que viole os padrões da comunidade, mas a Meta entenda que “há um interesse público na declaração de Trump que supere qualquer dano potencial”, a empresa pode manter a postagem no perfil do magnata, apenas restringido sua distribuição.
Meta tem como padrão “deixar que as pessoas falem”
De acordo com a Meta, a empresa está ciente de que qualquer decisão sobre a retirada da suspensão das contas de Trump seria durante criticada. A companhia afirma, no entanto, que adota como padrão deixar que as pessoas falem, mesmo quando o que elas têm a dizer seja algo desagradável ou factualmente errado.
“Acreditamos que é necessário e possível traçar uma linha entre o conteúdo que é prejudicial e deve ser removido e o conteúdo que, por mais desagradável ou impreciso que seja, faz parte da vida difícil em uma sociedade livre”, afirmou em seu comunicado.
Ainda segundo a companhia, sua política de Padrões da Comunidade foi postada publicamente exatamente para que todos possam entender como eles traçam essa linha.
“Queremos ser o mais claros possível agora sobre nossas políticas, para que, mesmo nos casos em que as pessoas discordarem de nós, elas ainda entendam a lógica de nossas respostas”, esclareceu.
Meta libera Donald Trump para voltar ao Instagram e Facebook
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