O Dia Internacional da Privacidade de Dados, que acontece neste sábado (28), foi criado como uma data de conscientização e informação. Em uma sociedade cada vez mais digitalizada, a simplificação trazida pela tecnologia também acompanhou maiores riscos ao sigilo dos cidadãos e, também, ameaças a seus dados pelas mãos de cibercriminosos, com as tendências para 2023 solidificando esse cenário.

Entre eventos geopolíticos e uma busca cada vez maior por ganho financeiro, o crime digital ganhou espaço, enquanto do outro lado, agências regulatórias governamentais impunham normas de controle e responsabilização. No centro disso tudo, usuários e empresas sob pressão e, também, maiores dispositivos de proteção, com o tema da segurança digital devendo continuar a ter esse espaço primordial em 2023, segundo as previsões da Kaspersky.

A empresa de segurança aponta a fragmentação da internet como uma das principais preocupações no ano que começa, com os rastreadores de informações disponíveis em diferentes páginas gerando perfis dos usuários com profundidade cada vez maior. A dicotomia segue, já que na mesma medida, também se tornam mais rígidas as regras de proteção de privacidade internacionais.

Tudo isso acontece enquanto os smartphones mantém seu posto como o centro da vida digital, substituindo documentos e cartões de crédito no dia a dia das pessoas. A Kaspersky, entretanto, chama a atenção também para a presença de dados de saúde, como certificados de vacinação, sendo aceitos em todo o mundo, o que amplia a quantidade de dados armazenados e acrescenta valor em caso de um ataque.

Documentação e dados de saúde disponíveis no celular tornam aparelhos ainda mais interessantes aos criminosos, enquanto rastreamento de hábitos dos usuários cresce em contraste com regulações de privacidade (Imagem: Karolina Grabowska/Pexels)

Na outra ponta, as grandes organizações se encontram em um momento complicado, no qual sistemas precisam ser implementados de forma segura, sem falhas que permitam ataques, e ao mesmo tempo devem combater erros humanos. Engenharia social e phishing são vetores importantes de golpes no mercado corporativo e devem permanecer assim em 2023, enquanto as grandes corporações se adequam às regras de privacidade locais.

Aumento na superfície de ataques e seguro como alternativa

Outro assunto em voga, que deve continuar no topo das discussões em 2023, é a Internet das Coisas. Se há mais cuidado com brechas de segurança e engenharia social, os criminosos podem buscar a miríade de dispositivos conectados, muitos sem atualizações disponíveis ou correções para brechas críticas, como um vetor de entrada em sistemas corporativos e até a casa de pessoas comuns, com a obtenção de dados lucrativos e ataques envolvendo extorsão como resultado.

Para a Kaspersky, há maior conscientização quanto a esse aspecto e há expectativa de que esse segmento gere menos vazamentos de informações em 2023. Ainda, o alerta segue aceso em prol da prevenção, com configurações adequadas e sistemas de monitoramento também sendo aplicados a câmeras, sensores, fechaduras e demais dispositivos IoT.

Enquanto isso, na esfera pessoal, seguros contra vazamentos e serviços de proteção de dados devem ganhar espaço, como já acontece no mundo corporativo. Novamente, o aumento na percepção sobre risco e o crescimento na coleta de informações gera uma postura preventiva por parte dos usuários, que podem buscar reduzir as pegadas digitais ou encontrar caminhos para proteger melhor sua existência online.