No cenário geral, comparando com as outras Big Techs, a Apple ainda tem o que celebrar. Ela fechou o quarto trimestre de 2022 (Q4) com um lucro de US$ 29,998 bilhões — a Amazon teve prejuízo em 2022 e fechou o mesmo período com um “lucrinho” de US$ 2,73 bilhões. Mesmo com a queda nas vendas dos eletrônicos, a Apple não teve uma divisão dando prejuízos — enquanto o Reality Labs da Meta continua no vermelho, vermalhaço.
Apple não supera receita recorde no fechamento de 2022
Fechar um trimestre com uma receita de US$ 117,2 bilhões é o sonho de qualquer companhia. Todavia, o período do Q4 é a época de Natal, onde as empresas costumam “tirar o pé da lama”. No Q4 de 2021, a Apple teve a maior receita da sua história, totalizando US$ 123,9 bilhões.
Essa diferença de hábito de consumo entre as épocas do ano, que tem as suas peculiaridades em cada país, é uma razão de realizar as comparações entre os períodos iguais de anos diferentes — Q1 2022 com Q1 2021, Q2 2022 com Q2 2021, etc.
A queda na receita era esperada para o Q4 2022. Em dezembro, jornais publicaram que os problemas nas fábricas chinesas, com fechamentos e a política Covid Zero do governo, e a inflação nos Estados Unidos, acompanhada pelo medo de uma recessão, reduziria as vendas da Apple. Esses motivos também foram citados por Tim Cook em entrevista ao canal CNBC.
Para resolver essa situação, a Apple está ampliando a capacidade de fabricação de seus dispositivos em outros países, como Índia e Vietnã. Até 2025, 25% dos iPhones do mundo sejam fabricados na Índia.
O baixo estoque de iPhones é um ponto negativo para quem quer comprar um dispositivo para o Natal. Com longo tempo de espera, as pessoas preferem comprar outro presente para chegar no dia 25 com as mãos abanando. Porém, há chances da Apple recuperar essas vendas no início de 2023.
A melhora no estoque atrai os compradores, que podem antecipar presentes de outras datas ou aproveitar para celebrar o Dia dos Namorados de 14 de fevereiro.
iPhone lidera, iPad sobe e Cook fala de “cortar custos”
Algumas tradições não mudam. Novamente, independente do trimestre, o iPhone foi o produto mais vendido da Apple no Q4 2022. O smartphone da empresa gerou uma receita de US$ 65,78 bilhões para a empresa. O número representa uma queda de 8,17% em relação ao Q4 2021.
O maior aumento nas vendas foram dos iPads. A receita advinda dos tablets da Apple subiu 29,66% no Q4 2022, batendo US$ 9,39 bilhões contra US$ 7,24 bilhões no mesmo período de 2021. A mudança no iPadOS 16, mais amigável para ações multitarefas, e popularização do USB-C no iPad (mesmo lento, ainda é USB-C) pode ser uma das razões para o sucesso do tablet.
Já a linha Mac teve a maior queda entre os dispositivos. A receita referente aos computadores da Apple caiu para US$ 7,73 bilhões no Q4 2022 — era US$ 10,85 bilhões no Q4 2021.
A venda de vestíveis, acessórios e dispositivos para casa teve uma leve queda: saiu de uma receita de US$ 14,7 bilhões no Q4 2021 para US$ 13,48 bilhões no último trimestre de 2022. Já a divisão de serviços da Apple teve crescimento. Esse setor da empresa fechou o Q4 2022 com uma receita de US$ 20,76 bilhões, contra US$ 19,51 bilhões no mesmo período de 2021.
Contudo, mesmo com resultados melhores que muitos concorrentes, a Apple ainda se preocupa com o cenário macroeconômico. Na CNBC, Tim Cook, CEO da empresa, revelou que a empresa ainda tem gastos a cortar. No entanto, ele não deixou no ar se isso envolveria uma demissão em massa.
Cook repetiu algo já conhecido pela imprensa e por leitores do noticiário tech e de finanças: a Apple não realizará contratações e será bem cautelosa quando precisar colocar gente nova na empresa. Neste caso, Cook deve estar falando de contratações para cargos mais gerenciais e em projetos grandes, como o Apple Car e óculos VR.
Com informações: CNBC e Apple
Resultado financeiro da Apple é afetado por problemas de fabricação na China
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