O Twitter precisa de dinheiro para se manter, e Elon Musk precisa de dinheiro para pagar as dívidas que fez para comprar a rede social. Por isso, eles estão tentando arrumar novas fontes de receita, e uma solução foi cobrar pelo acesso à API da plataforma. Musk, porém, recuou: agora, ele considera permitir alguns recursos para bots que publiquem “bom conteúdo”.

Twitter
Twitter (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Desde que foi lançado, o Twitter sempre deu a desenvolvedores acesso gratuito à sua interface de programação. Isso começou a mudar nas últimas semanas.

Primeiro, apps de terceiros que eram usados para acessar a rede social, como o TweetBot, foram proibidos. Depois, Musk anunciou que o acesso à API passaria a ser cobrado. As mensalidades começam em US$ 99 e podem chegar a US$ 1.899, dependendo dos recursos disponíveis.

Página de gato faz Musk mudar de ideia

Por um lado, isso seria importante para combater robôs de spam. Por outro, inviabilizaria várias páginas interessantes da rede social.

Algumas delas são bobas e inofensivas, como a @PepitoTheCat. A conta posta automaticamente uma foto do gato Pépito toda vez que ele abre uma portinha da sua casa. Criada em julho de 2011, ela tem mais de 210 mil seguidores.

Foi justamente a comoção em torno da conta que levou Musk a flexibilizar as regras. A página escreveu um post para o novo dono da rede e teve mais de 17 mil likes. Algumas pessoas se mostraram dispostas a pagar a conta do uso da API.

Musk, então, disse que seria possível dar a todos os usuários verificados acesso à API do Twitter para posts assim. Posteriormente, ele disse que seria possível ter uma interface de programação mais leve, apenas para criar posts, para contas que produzem “conteúdo bom”.

No entanto, ainda não se sabe quais serão os critérios para definir o que é “conteúdo bom”, nem quem vai verificar isso.

Ferramentas e pesquisadores usam API do Twitter

O gato Pépito não é o único a usar a API do Twitter por diversão.

Outros exemplos são a página que posta uma barra de progresso do ano (691 mil seguidores) e a que publica fotos de coelhinhos a cada hora (241 mil seguidores).

Brincadeiras à parte, a interface de programação também está por trás de ferramentas e projetos de pesquisa.

O Pikaso transforma tweets em capturas de tela — basta marcar a conta nas respostas de uma publicação. Já o DownVideoBot baixa vídeos postados no Twitter.

O Projeto 7c0, por exemplo, monitora políticos e mostra quando algum deles apagou uma publicação.

O Fogo Cruzado notifica tiroteios no Rio de Janeiro, e o Science Pulse descobre discussões científicas no Twitter.

Há até mesmo o Pegabot, programado pelo ITS Rio de Janeiro para avaliar se uma conta é bot ou não.

Por enquanto, ainda não se sabe se haverá novas exceções para contas desse tipo ou se elas terão que pagar para continuar funcionando no Twitter.

Com informações: Android Police.

Twitter vai flexibilizar acesso à API para liberar “bots do bem”