Com câmera de 200 megapixels, o Motorola Edge 30 Ultra chamou a atenção durante a sua estreia, em setembro de 2022. Todavia, este não é o único ingrediente da receita que merece destaque: a Motorola incluiu outros elementos primordiais na ficha técnica, como o Snapdragon 8+ Gen 1 e a RAM de 12 GB, além da recarga super-rápida de 125 watts.
Mas como todo esse arranjo se comporta no dia a dia? E as fotos? São realmente boas? Vale a pena gastar tanto dinheiro assim nesse celular? O Tecnoblog experimentou o smartphone da Motorola e nós te explicamos todos os detalhes do produto nas linhas a seguir.
Índice
- Análise em vídeo
- Laterais curvadas com acabamento premium
- A tela do Motorola Edge 30 Ultra é boa até sob o sol
- Câmera de 200 MP é legal, mas cadê as cores?!
- O Motorola Edge 30 Ultra é um foguete
- Juro: a bateria é recarregada em 25 minutos
- Quando o Android 13 vai chegar, Motorola?!
- E aí, o Motorola Edge 30 Ultra vale a pena?
- Motorola Edge 30 Ultra – ficha técnica
Aviso de ética
Análise em vídeo
Laterais curvadas com acabamento premium
O visual do Edge 30 Ultra é bem agradável e elegante, graças à moldura de metal e às laterais curvadas, que aumentaram a imersão na tela e, felizmente, não causaram toques acidentais nos testes.
O vidro fosco na traseira, que é confortável ao toque (e aos olhos), possui boa aderência e tem a vantagem de evitar as marcas de dedo após o uso.
Mas há um problema: a curvatura acentuada atrapalha a pegada, já que o celular fica menos firme na mão.
Isso não chega a ser um defeito. Mas, comparado aos demais modelos com a mesma característica, é notável que o risco de o Edge 30 Ultra voar da mão do usuário, após um movimento brusco, é maior.
Esta área ainda é notável pela base que abriga o conjunto fotográfico triplo, que dá um relevo significativo. Por isso, é necessário utilizar capinhas para evitar acidentes que danifiquem as lentes.
Ah, e por falar no acessório, a Motorola manda uma capa na caixa do celular.
A tela do Motorola Edge 30 Ultra é boa até sob o sol
A tela OLED de 6,7 polegadas, um dos espetáculos do lançamento, garante boa saturação de cores e de contraste.
Mas é no brilho de 1.250 nits que encontramos o suprassumo do display.
Ao colocar o brilho no máximo durante os testes, foi possível enxergar a tela com facilidade mesmo ao levar o celular para baixo de um sol forte.
Outro ponto fora da curva é a taxa de atualização de 144 Hz do Motorola Edge 30 Ultra, superior aos 120 Hz do iPhone 14 Pro e Galaxy S22 Ultra.
A especificação garante gráficos mais fluidos e é um divisor de águas para quem gosta de jogar no celular. Mas ela também gasta mais bateria, como explicaremos adiante.
A Motorola oferece três opções de configuração aos usuários: 60 Hz (fixo), 144 Hz (fixo) e automática, para ajustar a frequência de acordo com as atividades em andamento.
Já a resolução Full HD+ (2400 x 1080 pixels) é ideal para todos os públicos. Claro, há modelos com tela 2K, Quad HD+ e afins, mas cá entre nós: além de gastar mais bateria, tudo isso não faz muita diferença no uso cotidiano.
A tela grande é uma ótima pedida para quem deseja assistir filmes pelo celular. Mas é preciso observar que, inicialmente, a curvatura deixa as laterais sombreadas ao assistir um conteúdo em tela cheia.
De início, o efeito de luz ocasionado pelas curvas pode parecer incômodo, mas logo depois o usuário se acostuma e o fenômeno passa despercebido.
Câmera de 200 MP é legal, mas cadê as cores?!
O conjunto fotográfico é o grande chamariz do lançamento. E não é por menos: o Motorola Edge 30 Ultra foi o primeiro celular a ser lançado com uma câmera de 200 megapixels.
As cores das fotos se mostram fortes logo após a captura. Mas este resultado é limitado apenas à visualização pelo celular, que chega aos consumidores com a tela pOLED configurada para exibir tons intensos.
Ao levar as imagens para um computador, a realidade é outra: além das cores menos vivas, a sensação é que, na tentativa de melhorar a exposição, o contraste saiu prejudicado.
A percepção é a mesma para as outras duas câmeras, que contam com sensores diferentes e oferecem imagens bem definidas. Ou seja, mais parece ser um problema de software do que uma falha de hardware.
De modo geral, as câmeras são boas. A grande questão é que o conjunto ficou aquém do esperado para um flagship e atrás de celulares da Samsung e da Apple do mesmo naipe.
O que é uma lástima, pois a Motorola tinha a faca e o queijo na mão para superar as duas e outras fabricantes.
O sensor secundário, de 50 megapixels, é acompanhado por uma lente ultrawide que oferece o modo macro. Assim, é possível tirar fotos de objetos bem de pertinho para registrar seus mínimos detalhes sem perder a definição.
Para tirar fotos com zoom, a Motorola oferece uma câmera de 12 megapixels com lente teleobjetiva que aproxima a imagem em duas vezes.
Mas, assim como o sensor com a lente ultrawide, o componente não possui o mesmo nível de captação de luz como a câmera principal de 200 megapixels e entrega imagens mais escuras
À noite, outro banho de água fria: o Edge 30 Ultra se esforça para equilibrar o ruído. Por outro lado, garante imagens que convencem, mas não impressionam, devido ao efeito de lavagem esperado principalmente em modelos intermediários.
O smartphone da Motorola é um bom aliado para filmagens, pois grava vídeos bem, com contraste e nitidez melhor. Já o estabilizador óptico ajuda a deixar os movimentos mais suaves.
O lançamento grava vídeos em 8K na principal ou 4K em todas as câmeras à 60 frames por segundo (fps). Mas, se você ativar o HDR10+, que só funciona com o sensor de 200 megapixels, a resolução e a taxa caem para 4K e 30 fps, respectivamente.
A câmera frontal de 60 megapixels se destaca pela aplicação do modo retrato com precisão. Mas o problema das cores se repete aqui, pois as imagens poderiam ter um pouco mais de vida na hora de tirar selfies.
Novamente, mais um possível problema de software desajustado.
Nas gravações, os resultados são mais naturais, com excelente definição em primeiro plano e, novamente, boa estabilidade.
O Motorola Edge 30 Ultra é um foguete
Dizer que o Motorola Edge 30 Ultra é rápido é até pouco.
A Motorola não poupou esforços ao lançar o smartphone com o Snapdragon 8+ Gen 1 e 12 GB de RAM. Em outras palavras: não falta potência nesse celular.
Durante os nossos testes, o smartphone manteve um desempenho impecável até mesmo nas tarefas mais pesadas e também abriu os aplicativos em poucos segundos.
Os jogos, que fluíram bem, só deixaram o celular levemente aquecido após 20 minutos de partida.
Além disso, é tanta memória que, na maior parte do tempo, somente cerca de 60% da RAM estava em uso. Dá e sobra para abrir vários aplicativos simultaneamente antes de o celular pensar em travar.
O armazenamento de 256 GB é outro ponto positivo, pois lhe permite guardar muitas fotos, vídeos, músicas, apps e afins.
Mas a Motorola bem que podia comercializar uma versão com 512 GB de espaço para usuários mais exigentes, pois o smartphone não tem entrada para cartão microSD.
Juro: a bateria é recarregada em 25 minutos
A Motorola também acertou com a bateria de 4.610 mAh.
Iniciamos o experimento de manhã, com 100% de carga. Ao longo do dia, assistimos a filmes e séries pela Netflix por cinco horas com o brilho no máximo e ouvimos música pelo alto-falante com o Spotify.
Depois, rodamos Asphalt 9 por cerca de 10 minutos e Genshin Impact por volta de 20 minutos. Também realizamos uma leitura de 30 minutos pelo app do Kindle e acessamos o Instagram por 20 minutos.
No fim do dia, por volta das 22h, o celular ainda tinha 56% de carga. Trata-se de uma duração consideravelmente boa e que tende a agradar até os usuários mais exigentes.
Nós fizemos o mesmo teste com a tela em 144 Hz. Neste caso, o Motorola Edge 30 Ultra chegou ao fim do dia com 41% de carga.
Ou seja, utilize esta opção somente quando houver necessidade, pois ela consome uma quantidade de energia considerável.
Além da bateria de longa duração, há mais um chamariz: o carregador de 125 watts, um “monstro” que levou a bateria de 10% até 100% em cerca de 25 minutos.
O acessório só é pesado: 171 gramas. De toda forma, a fabricante merece mais aplausos, pois o adaptador de tomada e o celular não aquecem muito durante a recarga, mesmo com essa potência altíssima.
O smartphone ainda tem recarga sem fio de 50 watts e compartilhamento de bateria de 15 watts.
Quando o Android 13 vai chegar, Motorola?!
A Motorola prometeu três versões do Android ao Edge 30 Ultra. Ou seja, o smartphone foi anunciado com Android 12 e está apto a ser atualizado até o Android 15.
Trata-se de uma boa notícia, pois a marca nunca foi lá um exemplo. O Moto G200, por exemplo, é um celular com ficha técnica avançada que só tinha direito a uma atualização do sistema operacional e a dois anos de correções de segurança.
Mas a promessa deixa um gosto amargo porque, mesmo sendo um celular premium, com preço na casa dos R$ 5 mil, o carro-chefe da Motorola ainda não tinha recebido o Android 13 em fevereiro de 2023, lançado seis meses antes.
Enquanto isso, a Samsung já atualizou mais de 40 celulares e tablets no Brasil entre novembro de 2023 e fevereiro de 2023, de acordo com um levantamento feito pelo Tecnoblog. Até o Galaxy A51, que foi anunciado no fim de 2019, recebeu o Android 13 em fevereiro de 2023.
A Motorola disponibilizou alguns recursos de software bem legais sem prejudicar a experiência “pura” do Android. É o caso do Edge Lights, que emite uma iluminação nas bordas curvadas ao receber chamadas e notificações de apps.
Se a tela estiver virada para baixo, a iluminação fica ainda mais forte para que os usuários possam visualizá-la com mais facilidade.
Os recursos de personalização também são interessantes. Por meio de ícones, é possível ajustar layout, cores, fontes e outros parâmetros facilmente.
Já o Ready For consegue transformar o smartphone em um computador ao ligá-lo a um monitor externo e conectar periféricos, como mouse e teclado.
E aí, o Motorola Edge 30 Ultra vale a pena?
O Motorola Edge 30 Ultra é um celular indicado para quem foca em desempenho e que uma bateria de longa duração.
Afinal, a Motorola não mediu esforços com a ficha técnica. A começar pela presença do Snapdragon 8+ Gen 1, que é um dos processadores mais potentes da atualidade. Já a bateria entrega autonomia excelente e é recarregada em menos de 30 minutos, graças ao carregador de 125 watts.
As câmeras, no entanto, não empolgaram.
Apesar do sensor gigantesco de 200 megapixels, o smartphone teve dificuldade para entregar imagens com cores vivas e contraste forte. Talvez seja um problema de software, mas é incômodo e sequer sabemos se, no futuro, a Motorola vai reparar este problema.
A demora para entregar o Android 13 é outro fator que pesa negativamente ao smartphone.
Então, se você realmente se preocupa com câmeras e com atualizações, é melhor dar uma olhada em outros modelos – quiçá, outras fabricantes, como a Apple e Samsung.
Afinal, o Motorola Edge 30 Ultra não é barato: o celular desembarcou no Brasil em setembro de 2022 por R$ 6.999. E mesmo em fevereiro de 2023, o modelo estava à venda por cerca de R$ 5,5 mil no site da fabricante.
Motorola Edge 30 Ultra – ficha técnica
- Tela: pOLED de 6,7 polegadas com resolução Full HD+ (2400 x 1080 pixels) com taxa de atualização de 144 Hz
- Processador: Snapdragon 8+ Gen 1
- RAM: 12 GB
- Armazenamento: 256 GB
- Bateria: 4.610 mAh com recarga de 125 watts
- Câmeras traseiras:
- Principal: 200 megapixels
- Ultrawide e macro: 50 megapixels
- Teleobjetiva: 12 megapixels
- Câmera frontal: 60 megapixels
- Conectividade: 5G, Wi-Fi 6, Bluetooth 5.3, 3G, 4G, 5G, USB-C, NFC, GPS e Dual SIM
- Sistema operacional: Android 12
- Sensores: leitor de impressões digitais, luz ambiente, proximidade, acelerômetro, giroscópio e barômetro
- Dimensões: 161,76 x 73,5 x 8,39 mm
- Peso: 198,5 gramas
- Cores: branco e preto
Review Motorola Edge 30 Ultra: ele voa, mas as fotos poderiam ser melhores
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