A façanha foi resultado de uma parceria entre a empresa de pesquisa FAR AI e do jogador amador Kellin Pelrine. A FAR AI desenvolveu um programa para tentar descobrir uma fraqueza na inteligência artificial KataGo.
A KataGo é considerada tão poderosa quanto a AlphaGo. A AlphaGo foi desenvolvida pela DeepMind, da mesma dona do Google, e é a responsável pela simbólica vitória de 2016. A AlphaGo não está disponível para o público.
Após mais de um milhão de partidas, o programa da FAR AI encontrou um ponto fraco. Aí, foi só passar o mapa da mina para Pelrine. Segundo o jogador, a solução “não é trivial, mas não é nada muito difícil”.
IA não percebe estratégia de oponente
O jogo de Go é composto por um tabuleiro de 19 linhas por 19 colunas. Cada jogador usa pedras de uma cor, pretas ou brancas. O objetivo é cercar as pedras adversárias para removê-las da partida e capturar o maior terreno possível.
A estratégia encontrada pelo programa da FAR AI e usada por Pelrine consiste em criar um grande loop de pedras para cercar um dos grupos do oponente. Ao mesmo tempo, o jogador deve fazer jogadas nos cantos do tabuleiro, para distrair a máquina.
E não é que deu certo? O KataGo não percebeu o que estava acontecendo, mesmo o quando o cerco estava quase completo.
Uma parte impressionante do sucesso dessa tática é que um humano facilmente identificaria a ameaça, segundo Pelrine. A inteligência artificial, porém, não conseguiu e se deu mal.
A derrota mostra um aspecto importante das tecnologias de inteligência artificial: por mais que elas sejam capazes de avaliar situações com uma rapidez incrível, isso só acontece quando elas foram expostas anteriormente àquela situação.
Daí o sucesso da tática identificada pelo programa da FAR AI e usada por Pelrine: ela é tão incomum que provavelmente o KataGo nunca tinha visto alguém usá-la.
Com informações: Engadget, Financial Times.
Jogador amador vence IA em partida de Go (com ajudinha de outro robô)
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