O Galaxy S23 Ultra está entre nós. O mais novo flagship da Samsung possui tudo que o você espera de um smartphone desse segmento: especificações topo de linha e câmera de alta resolução. Os destaques são o chip exclusivo Snapdragon 8 Gen 2 for Galaxy e o sensor de 200 MP — o maior da história da Samsung.
Só que colocar números grandes na câmera e aumentar a frequência de um chip nunca foram garantia de bom desempenho. Por isso o Tecnoblog testou o Galaxy S23 Ultra por 10 dias. Veja a seguir a nossa análise do novo “top dos tops” dos smartphones Samsung.
Análise em vídeo
Análise do Galaxy S23 Ultra
- Análise em vídeo
- Samsung muda umas coisinhas para dizer que fez algo
- A tela é a mesma: ainda bem!
- Android hoje, Android amanhã, Android sempre!
- S Pen é legal, mas mais útil em outros formatos
- Desempenho do Galaxy S23 Ultra sobra com seu chip exclusivo
- Nova câmera de 200 MP traz Super Quad Pixel
- Bateria para todo o dia e com sobras
- Galaxy S23 Ultra é ótimo para os atrasados
- Galaxy S23 Ultra – ficha técnica
Aviso de Ética
Samsung muda umas coisinhas para dizer que fez algo
Se você colocar um S22 Ultra ao lado de um S23 Ultra, será difícil distinguir quem é quem. No design, a Samsung realizou pequenas alterações. Podemos falar que ele é repetitivo, mas ainda assim mantém o padrão premium.
As câmeras traseiras estão um pouquinho maiores. Já a lateral do Galaxy S23 Ultra está menos curvada. Essa mudança faz com que a curvatura da tela nas bordas fique menor.
O vidro fosco da traseira evita manchas de dedos e passa uma boa textura quando tocado. Esse vidro fica na frente da película de plástico, uma segunda camada de proteção. Ambos os componentes são de material reciclado.
O S23 Ultra é vendido em quatro cores no varejo: creme (usado no modelo do teste), preto, verde e violeta. No site oficial da Samsung, existem mais quatro opções: azul, grafite, lima e vermelho. Aqui vai um ponto positivo para a marca por não inventar nomes para as cores — eu ainda não sei o que é a cor “estelar”, Apple.
A moldura lateral é feita de metal polido. A escolha por esse material dá um ar de produto sofisticado, uma característica esperada de um smartphone topo de linha e com preço elevado.
As dimensões do S23 Ultra são 163,4 x 78,1 x 8,9 milímetros. O celular é pesado, com 234 gramas. O usuário que prefere modelos mais leves e quer um Galaxy S23 Ultra terá que se acostumar com isso — ou optar por outro modelo da série.
O único problema do design é a posição das câmeras. A localização do conjunto acaba atrapalhando a experiência de jogar na posição horizontal. Não importa como você gire o S23 Ultra, a sua mão tocará nas câmeras traseiras.
A tela é a mesma: ainda bem!
Se no design a Samsung até mostrou que fez algo diferente no S23 Ultra, a tela ganha o troféu “menor esforço”. Não que isso seja ruim, ela continua um componente topo de linha: ótimo para conteúdos alta resolução, muito brilho, AMOLED e taxa de atualização de até 120 Hz.
A tela de 6,8 polegadas tem, por padrão, a resolução de 2316 x 1080 pixels. Ela pode ser ajustada para até 3088 x 1440 pixels (WQHD+) na configuração do S23 Ultra. Porém, esse modo de exibição consome mais bateria. O padrão da tela já é uma ótima opção para assistir aos conteúdos no smartphone.
O painel do S23 Ultra ainda é o Dynamic AMOLED 2X usado no antecessor. Essa tecnologia exibe cores com muita vivacidade, fortes, em vários ângulos de visão. O tom das cores pode ser diminuído nas configurações.
A taxa de atualização é variável e vai até 120 Hz. Você pode optar por usar a configuração até 60 Hz. E reforçando o uso da preposição: a atualização não é constante, ela dependerá dos aplicativos que você está usando. Em uma rede social, você provavelmente não verá 120 Hz. Mas ao abrir um jogo, o sistema usará o máximo do display. Por isso, o gasto de bateria pela tela não é uniforme em nenhuma das opções. Você pode estar com 120 Hz ativo, mas usando um app em que o software não te entregará isso.
O Galaxy S23 Ultra continua com o brilho máximo de 1.200 nits e extra de 1.750 nits — ótimo para usar em dias ensolarados. Não é novidade, mas ainda é um recurso topo de linha. Esse brilho adicional é ativado de maneira prática, basta abrir a área de atalhos, arrastando a barra de notificações para baixo e selecionando o brilho máximo.
A Samsung não trouxe novidades para a tela, mas isso não é um erro. O display de AMOLED 2X é um equipamento topo de linha e traz uma experiência consolidada da geração anterior. Além disso, é uma das melhores tecnologias para telas de smartphones no momento. Melhor que isso, só uma televisão.
Enquanto a tela não mudou de uma geração para outra, os alto-falantes estéreos ganharam uma atenção da Samsung. O som emitido pelo Galaxy S23 Ultra é agradável. O áudio é bastante claro permite até distinguir alguns instrumentos durante as músicas.
O volume atinge níveis bem altos e mantém boa fidelidade. Mesmo com o volume no máximo, poucas vezes o som ficou estridente. Aliado à tela AMOLED 2X, o S23 Ultra é uma opção para quem quer um smartphone que entregue uma boa experiência ao assistir filmes e séries com o áudio bem produzido.
Android hoje, Android amanhã, Android sempre!
O Galaxy S23 Ultra sai de fábrica com a One UI 5.1, baseada no Android 13. Não temos grandes diferenças quando comparamos com as versões One UI 5.0 e One 4.0. Os apps da Samsung continuam pré-instalados (com exceção de um recurso de câmera que falaremos adiante). Inclusive os apps para a S Pen, que é vendida com o S23 Ultra, já estão presentes no modelo.
O One UI 5.1 vem com recursos de notas, escrever na tela, seleção inteligente em imagens (que faz um recorte da pessoa na foto) e desenho para a S Pen. Aqui novamente repetimos: pode não ter novidades, mas ainda é algo bom — no caso da S Pen é até o mínimo.
Entretanto, mesmo que seja um bom sistema operacional, o One UI 5.1 traz uma quebra na usabilidade. O app Expert Raw, que permite capturar imagens qualidade maior que o formato RAW nativo do recurso Pro, precisa ser baixado! Ao clicar pela primeira vez no atalho para o recurso, ele informará que o usuário terá que instalar o Expert Raw. Feito isso, você conseguirá registrar fotos no formato Linear DNG 16-bit RAW, capazes de passar de 30 MB de armazenamento.
É estranho imaginar que você pagará, no mínimo, R$ 9.499 em um smartphone com uma câmera de 200 MP, mas o recurso para capturar fotos na maior qualidade possível não vem instalado de fábrica. Passa a sensação de que o S23 Ultra não chega “pronto”.
O suporte da Samsung para o Galaxy S23 Ultra é o maior entre os smartphones Android. A fabricante promete atualizações até o Android 17 e updates de segurança até 2028. Quem comprar o S23 Ultra terá cinco anos de uso — se não destruir o smartphone, claro.
S Pen é legal, mas mais útil em outros formatos
O acessório traz mais praticidade ao uso do Galaxy S23 Ultra. A resposta ao toque continua ágil e precisa, como na geração anterior. As versões Ultra da linha S são ótimos substitutos dos modelos Galaxy Note, encerrados pela Samsung em 2021.
Só que a S Pen não é um fator de decisão de compra. Existem outras razões que pesam na hora de escolher o S23 Ultra ou outro modelo. A praticidade que ela traz é mais útil em dispositivo com telas maiores, seja um tablet ou um Z Fold.
Desempenho do Galaxy S23 Ultra sobra com seu chip exclusivo
Enquanto o design e a tela parecem inalterados, o chipset é o contrário. O Galaxy S23 Ultra e toda a linha S23 são equipados com o Snapdragon 8 Gen 2 for Galaxy — adeus, Exynos. Este processador é uma versão turbinada do chip da Qualcomm, com frequências maiores — na prática, um overclock de fábrica. Esse processador, fabricado pela TSMC, tem clock máximo de 3,36 GHz. A versão base tem 3,2 GHz de clock.
O processador exclusivo do Galaxy, uma atualização do Snapdragon 8 Gen 2 lançado em novembro de 2022, também estreia a tecnologia ISP Cognitivo. O recurso melhora a qualidade das imagens identificando rapidamente os elementos do cenário. Ele ainda não era usado em nenhuma cliente do SD 8 Gen 2 básico.
O Galaxy S23 Ultra usado nos testes do Tecnoblog possui 12 GB de memória RAM e 512 GB de armazenamento — o S23 Ultra tem uma versão de 8 GB de RAM que não é vendida no Brasil. A combinação entre o processador topo de linha e esses 12 GB de memória produzem um desempenho excelente. A qualidade do “for Galaxy” fica visível nos apps pesados.
Os jogos Genshin Impact e Asphalt 9 abriram e rodaram sem travar e sem apresentar gargalos. A taxa de fps foi satisfatória e ainda tem a taxa de atualização de 120 Hz na tela. Outros aplicativos também abriram rapidamente.
Durante esses jogos pesados, o Galaxy S23 Ultra deu uma aquecida. Não muito, mas é um aumento perceptível. Em Genshin Impact, isso foi notado após 10 minutos de jogo. Infelizmente, no S23 Ultra testado pelo Tecnoblog, o recurso Pause USB Power Delivery não estava disponível. Essa ferramenta, que estreou na linha Galaxy S23, diminui o aquecimento da bateria ao passar a energia diretamente para o processador.
Nos testes de benchmark, o Galaxy S23 Ultra marcou pontuações altas. No Geekbench, principal aplicativo para testes de smartphones, o S23 Ultra marcou 1.498 pontos em single-core e 4.671 em multi-core. O smartphone superou o primeiro colocado OnePlus 11 em single-core(1.350 pontos), enquanto a diferença no multi-core ficou em 102, com vantagem do celular chinês.
No 3DMark, o desempenho da GPU foi tão bom que o primeiro teste “deu errado”. O Galaxy S23 Ultra “gabaritou” o teste Wild Life. O 3DMark indicou que o smartphone era potente demais para o teste e sugeriu que S23 Ultra rodasse o Wild Life Extreme. Neste cenário, a pontuação foi de 3.781— melhor que 89% dos outros celulares.
Além dos testes de CPU e GPU, o Tecnoblog testou a velocidade da memória flash UFS 4.0. Este tipo de memória, evolução da UFS 3.0, é rápida. Todavia, essa diferença não é percebida no uso comum. Por isso, rodamos o teste de escrita e leitura sequencial no CPDT.
Os resultados mostraram que a velocidade escrita sequencial foi de 423,4 MB/s, enquanto a de leitura chegou a marcar 808,4 MB/s — quase 1 GB/s — em um dos testes. Porém, na maior parte do tempo, esse parâmetro fica acima de 600 MB/s.
Nova câmera de 200 MP traz Super Quad Pixel
Aqui o smartphone “faz o seu nome”. A nova câmera principal de 200 MP é a estrela do S23 Ultra e das propagandas da Samsung. Ele possui mais três lentes: ultrawide 12 MP, teleobjetiva 10 MP com zoom 3x e teleobjetiva de 10 MP com zoom 10x. E sim, as imagens produzidas pelo S23 Ultra são ótimas. Porém, não só por causa da lente com números absurdos.
O smartphone utiliza a técnica de binning, combinando 16 pixels em um — tecnologia batizada pela Samsung de “Super Quad Pixel”. Desse modo, as fotos ficam altamente detalhadas, mostrando bem até o que fica na sombra. Essa técnica também melhora a eliminação de ruídos na imagem, removendo o efeito de “lavagem” que costuma ocorrer no pós-processamento.
O Nightography, lançado no Galaxy S22 Ultra, continua cumprindo a sua função: entregando fotos com muita definição de noite ou em ambientes pouco iluminados. Nas imagens que capturamos, podemos até observar formas e diferentes texturas — como a variação do tom na cor do chão.
Nas outras câmeras, o Nightography perde um pouco de definição, mas ainda produz resultados melhores do que outros concorrentes. E usar as teleobjetivas de noite é mais trabalhoso. O usuário precisa segurar o S23 Ultra por mais tempo até a imagem ser capturada. Uma situação normal, já que esse tipo de lente precisa de mais tempo para receber mais luz.
Todavia, se alguém se mexer durante esse tempo, seja o fotógrafo ou fotografado, haverá um borrão na foto. Vale usar um tripé se o usuário quiser muito uma foto noturna com a teleobjetiva.
O Galaxy S23 Ultra pode gravar vídeos em 4K com 60 fps em todas as câmeras — só que há um porém. Não é possível alternar entre as câmeras quando você filma com essas configurações. Isso só é permitido em vídeos de 4K com 30 fps ou menos.
A câmera de selfie perdeu megapixels: caiu de 40 MP para 12 MP. Todavia, ainda mantém a boa qualidade das imagens. Aqui tem uma “ironia”. A Samsung reduziu a resolução da câmera, mas afirma que a melhoria do pós-processamento e no sensor de selfie será capaz de entregar fotos melhores que a geração anterior — números grandes só ajudam a vender nas lentes traseiras.
O modo retrato consegue identificar bem o rosto para gerar o efeito de fundo borrado. Ainda assim, não é perfeito. Durante os testes, uma das imagens não pegou o contorno da orelha e deixou um “buraco de foco” no fundo. Ainda nessa foto, a perna da moça ao fundo, de calça rosa, ficou menos borrada que o resto — provavelmente ela se mexeu durante a imagem.
Essas capturas aconteceram em um ambiente com iluminação mais baixa. Mas quando as fotos são realizadas em ambientes bem iluminados, a céu aberto, o resultado tende a ser melhor — com o sistema recortando melhor o fundo.
Para quem preza pela qualidade de imagens e vídeos e está no universo Android, sem vontade de mudar, o Galaxy S23 Ultra é uma das principais opções. Ele chega próximo do nível do iPhone.
Bateria para todo o dia e com sobras
O Galaxy S23 Ultra continua com a bateria de 5.000 mAh da geração anterior. A diferença é que a chegada do Snapdragon 8 Gen 2 “normal” melhorou a eficiência energética em 40% quando comparado com a geração anterior.
Foram feitos dois testes de bateria, um com a tela funcionando com taxa de atualização de 60 Hz e outro com 120 Hz. Os resultados foram parecidos.
Os dois testes foram conduzidos da seguinte maneira:
- Exibição de dois filmes no Prime Video que somaram 5 horas (brilho máximo na tela);
- 20 minutos de Genshin Impact
- 10 minutos de Asphalt 9
- 30 minutos de Instagram
- 1 hora de Spotify via alto-falante
- 30 minutos de Kindle — abrindo o app para mobile
A ideia desse formato é simular o uso cotidiano do smartphone. Com 60 Hz, encerrando o teste às 22h, a bateria terminou o dia com 52%. Já com 120 Hz, o Galaxy S23 Ultra chegou no mesmo horário com 48%.
Como a taxa de atualização é dinâmica, variando conforme o app, e ainda existe a possibilidade do sistema ter atualizado algum app em segundo plano, podemos decretar um empate técnico — e que o consumo é ótimo para um flagship.
O Galaxy S23 Ultra é vendido no Brasil com carregador rápido de 25 W, mas suporta a velocidade de até 45 W. No teste de carregamento, o smartphone foi de 15% para 100% em exatamente uma hora. De 15% para 60%, o S23 Ultra demorou 25 minutos.
Galaxy S23 Ultra é ótimo para os atrasados
Mesmo sem grandes inovações tecnológicas, o Galaxy S23 Ultra pode ser considerado o melhor smartphone Android da atualidade. Ele tem alto desempenho, roda tudo com sobras, entrega imagens e vídeos com alta qualidade e a sua tela é ótima para consumir conteúdo.
Porém, se você tem um S22 Ultra, não vale a pena fazer o upgrade para o S23 Ultra. O salto de desempenho entre esses modelos não é grande. Não compensa pagar R$ 9.499 pelo modelo S23 Ultra (12 GB de RAM + 256 GB de armazenamento). Ele é bem atrativo, mas ainda falta o “fator UAU” que justifique trocar o seu antecessor.
O Galaxy S23 Ultra é uma opção para dois públicos: quem possui um Galaxy S com Exynos ou está atrasado nas gerações de smartphones premiums.
O Exynos não é um chipset nada querido no Brasil. O processador da Samsung tem um histórico de aquecimento e o desempenho sempre foi inferior ao Snapdragon. Tem dinheiro sobrando e usa um Exynos? O S23 Ultra é para você.
O outro público é mais amplo, vale tanto para quem tem um Android topo de linha ou iOS mais velhinho. Um exemplo é quem ainda usa um iPhone 6s e já estuda trocar de smartphone (esse é o caso de quem vos escreve, Felipe Freitas). Se um modelo premium é essencial para entrar na nova geração de smartphones, coloque o S23 Ultra como opção — mas espere o preço baixar.
Galaxy S23 Ultra – ficha técnica
Especificação | Galaxy S23 Ultra |
---|---|
Tela | Dynamic AMOLED 2X de 6,8 polegadas com resolução Quad HD+ (3088 x 1440 pixels) e taxa de atualização variável entre 1 Hz e 120 Hz |
Processador | Qualcomm Snapdragon 8 Gen 2 for Galaxy |
RAM | 12 GB |
Armazenamento | 256 GB, 512 GB e 1 TB |
Câmera traseira | – principal: 200 megapixels (f/1,7) – ultrawide: 12 megapixels (f/2,2) – teleobjetiva 1: 10 megapixels (f/2,4 e zoom de 3x) – teleobjetiva 2: 10 megapixels (f/4,9 e zoom de 10x) |
Câmera frontal | 12 megapixels |
Bateria | 5.000 mAh (recarga de até 45 watts) |
Sistema operacional | Android 13 (One UI 5.1) |
Conectividade | porta USB-C, 2G, 3G, 4G, 5G, Wi-Fi 6E, Bluetooth 5.3, NFC, GPS e Ultra Wideband (UWB) |
Mais | Wireless PowerShare, Corning Gorilla Glass Victus 2 e leitor de impressões digitais |
Dimensões | 163,4 x 78,1 x 8,9 mm |
Peso | 234 gramas |
Cores | creme, lavanda, preto e verde |
Review Galaxy S23 Ultra: é mais do mesmo, mas chip exclusivo traz salto de desempenho
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