A análise demonstra um retrato do mercado no bloco. No estudo, a consultoria apontou uma queda de 14,2% no quarto trimestre de 2022 em relação aos três últimos meses de 2021. Trata-se do pior resultado desde o ciclo de 2013.
Esta redução nos resultados tem diversos fatores envolvidos. Entre eles, está a realização da Copa do Mundo no fim do ano. Conforme observado pela analista Tina Lu, neste período, os consumidores costumam a trocar de televisão para assistir às partidas do campeonato, deixando os gastos com novos celulares de lado.
O estoque muito alto também aparece na lista de motivos por trás do resultado negativo. Além disso, as operadoras e as varejistas foram muito conservadoras em seu fornecimento, já que a demanda do consumidor deveria permanecer fraca no quarto trimestre de 2022.
“No entanto, as vendas de smartphones no quarto trimestre de 2022 não caíram muito, pois os OEMs e operadoras ofereceram muitas promoções na Black Friday e no Natal que estimularam a demanda do consumidor e porque a maioria dos canais estava com estoques altos”, explicou. “A questão do estoque na região melhorou, mas não foi totalmente resolvida.”
Samsung continua como líder na América Latina
A Counterpoint Research também listou as principais marcas da região em 2022. E, sem surpresa alguma, a Samsung permaneceu na liderança, com uma participação de 41,6%.
“Sua liderança se baseia em sua posição de número um em todos os mercados da região e em sua forte oferta de modelos básicos na região”, explicaram em uma nota à imprensa. “Foi também a marca com maior acúmulo de estoque na LATAM.”
A Motorola permaneceu na segunda colocação com queda no volume de remessa e market share devido à escassez de modelos básicos. Segundo o relatório, os consumidores do Brasil, México e Argentina ajudaram a impulsionar o volume da marca no bloco.
Já a Xiaomi vem em terceiro lugar, acompanhada pela Apple, que está na quarta posição. No caso da fabricante americana, uma surpresa: o iPhone 11 ajudou a impulsionar as vendas na região.
Afinal, trata-se de um celular com boas câmeras, conforme apontado no review do iPhone 11, desempenho satisfatório e preço mais acessível por ser um modelo de 2019.
A Oppo aparece na quinta colocação.
Inflação atinge mercado de celulares da região
O bloco encarou dificuldades ao longo de 2022. Na nota, a consultoria também observou que, no ano passado, as remessas de smartphones da América Latina tiveram uma queda de 5,5%. Segundo a analista Tina Lu, a demanda do consumidor diminuiu devido à alta inflação, instabilidade política regional e moeda regional fraca.
“Os preços dos smartphones aumentaram na maioria das moedas locais. Tudo isso está atrasando a substituição de celulares”, observou.
Mercado de celulares da América Latina encolhe e tem pior trimestre em anos
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