Na madrugada da quinta-feira (2), a Oi entrou com um novo pedido de recuperação judicial perante a 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro. A empresa realizou o ajuizamento em conjunto com suas subsidiárias Portugal Telecom International Finance B.V. e Oi Brasil Holdings Coöperatief U.A. A partir daí, o requerimento será submetido à ratificação dos acionistas em Assembleia Geral da Companhia.

loja oi
Loja Oi (Imagem: Divulgação / Oi)

Mesmo ressaltando que vem trabalhando com suas subsidiárias e assessores legais e financeiros, a Oi afirmou que precisa de mais tempo para concluir diversas etapas. Há muita negociação com credores, que visa “a potencial repactuação de dívidas financeiras, fortalecimento da estrutura de capital e otimização de sua liquidez e perfil de endividamento da companhia”.

Dessa forma, a firma acredita que avançou no processo de recuperação, contudo, ainda há fatores que precisam de mais tempo.

Por exemplo: há a “aproximação da data de encerramento dos efeitos da tutela cautelar de urgência que tramita no Juízo da 7ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro”.

Também vale destacar as “negociações ainda em andamento com os credores financeiros da Companhia e seus assessores”. Há a “existência de pontos negociais ainda sujeitos à concordância entre as partes que impossibilitam a marca de concluir, até o momento, as negociações e objetivos mencionados”.

Outra razão apontada é o cenário econômico-financeiro em que se encontram a empresa e suas subsidiárias. Elas têm “dívidas vencidas e o potencial vencimento antecipado e cruzado de contratos financeiros celebrados”.

Por fim, a Oi afirma que há a “necessidade de manutenção da proteção legal contra potenciais execuções de credores e outras medidas contra a Companhia e suas Subsidiárias”. Por causa disso, o pedido de Recuperação Judicial “demonstrou-se a medida mais adequada para este momento”.

Oi Móvel foi vendida para Claro, TIM e Vivo
Oi Móvel foi vendida para Claro, TIM e Vivo (Imagem: Guilherme Reis / Tecnoblog)

Novo pedido não surpreende

O novo ajuizamento de recuperação judicial já era algo esperado pelo mercado. Isso porque, no início de fevereiro de 2023, a marca pediu tutela de urgência cautelar à Justiça do Estado do Rio de Janeiro para suspender a cobranças de dívidas.

Não podemos esquecer de que a dívida da instituição é de R$ 29 bilhões. Ademais, R$ 600 milhões venceram no dia 5 de fevereiro, mas a entidade não confirmou seu pagamento. Boa parte desse déficit é em dólar, o que dificulta ainda mais sua quitação.

Uma das principais afirmações foi a de que a Oi estava próxima de um “iminente risco de dano irreparável”, se os credores financeiros bloqueassem seus ativos.

Em seguida, o Juiz Fernando César Ferreira Viana acabou aprovando o pedido de tutela, destacando que a situação da empresa estava agravada pelas questões econômicas atuais como a inflação e o impacto da pandemia.

Sendo assim, a companhia recebeu 30 dias para realizar o pedido de uma nova recuperação judicial, o que ocorreu de fato.

Oi se mantém otimista mesmo com cenário adverso

Pela circunstância na qual se encontra, a Oi precisa demonstrar esperança para tentar ajeitar a casa. No documento no qual a marca divulgou, ela decidiu apontar seu otimismo:

A Oi reafirma a confiança que tem em sua capacidade operacional e comercial para que seja bem-sucedida na proposição e aprovação de um plano de recuperação judicial que permita ganho de valor para a Companhia e suas Subsidiárias e na manutenção do alto nível da prestação de serviços aos seus clientes.

Além disso, ela destaca que continuará informando tanto acionistas quanto o próprio mercado sobre o desenvolvimento dos assuntos relacionados ao ajuizamento mais recente.

Seja como for, o próximo capítulo não deve estar longe de dar as caras.

Com informações: Oi.

Oi pede recuperação judicial pela segunda vez e tem dívidas de R$ 29 bilhões