A saúde financeira da Oi não é das melhores: após pedir uma segunda recuperação judicial, a operadora divulgou a possibilidade de vender o restante da sua participação na V.tal, companhia de rede neutra derivada de sua infraestrutura de fibra óptica. Mas se depender da Anatel, isso não poderá acontecer.

Loja da Oi
Loja da Oi (Imagem: Divulgação)

É o que disse Carlos Baigorri, presidente da Anatel. Para a agência, a Oi precisa continuar como controladora da V.tal porque a companhia neutra carrega bens reversíveis, aqueles oriundos das privatizações das teles estatais e utilizados na prestação de telefonia fixa em regime público.

Segundo o conselheiro Arthur Coimbra, a Oi deve pertencer ao mesmo grupo econômico da V.tal para garantir a reversibilidade nos bens. Se a operadora deixar a participação na empresa, seria necessário passar por análise da área técnica e anuência prévia da Anatel.

Para Baigorri, é até possível que a Oi faça uma nova diluição da V.tal, mas que não pode ser grande ao ponto de deixar não participar do conselheiro na administração. Enquanto isso, a companhia neutra é considerada do mesmo grupo econômico.

V.tal é um dos principais ativos da Oi

A criação da V.tal surgiu a partir da primeira recuperação judicial da Oi. O plano de recuperação da operadora determinou a separação dos ativos de fibra óptica (V.tal), telefonia móvel, torres, TV por assinatura e datacenters.

A Oi conseguiu vender 57,9% da V.tal para um fundo do banco BTG Pactual — que, na prática, possui o controle da companhia neutra. A tele ficou com os 42,1% restantes, mas a participação já foi diluída para cerca de 30% após investimentos de um fundo canadense.

Mesmo com os ativos da V.tal nas mãos de outras empresas, a Oi continua sendo dona dos clientes de fibra óptica (ClientCo). Na nova recuperação judicial, a tele também considera vender a unidade que atende o mercado residencial, e 100% dos recursos obtidos seriam utilizados para amortizar as novas dívidas.

Além da Oi, a V.tal também aluga sua infraestrutura para outras empresas. É o caso da TIM, que começou a vender banda larga por fibra óptica no Paraná, e da Obvious, operadora digital que comercializa internet de até 1 Gb/s.

Com informações: Teletime, Telesíntese

Oi não poderá vender toda a participação da companhia neutra V.tal, alerta Anatel