As informações são do jornal The Financial Times e têm com fonte diversas pessoas com acesso às discussões internas da Apple.
Segundo a publicação, a data de lançamento é motivo de tensão desde 2016, quando o projeto começou a ser desenvolvido.
A equipe de design industrial sugeriu ter paciência. Eles acreditam que é melhor fazer um equipamento mais leve, voltado à realidade aumentada. O desenvolvimento de tecnologias que permitiriam isso, porém, vai demorar alguns anos.
Do outro lado do ringue, estava a equipe de operações da Apple. Ela quer lançar logo uma primeira versão do produto, com desenho parecido com óculos de esqui. O gadget teria vídeo imersivo em 3D, treinos interativos de atividade física e reuniões com avatares realísticos em um FaceTime atualizado.
Tim Cook ficou do lado desta última posição. Como comenta o FT, isso seria impensável há alguns anos, já que o time de design industrial tinha muito prestígio dentro da empresa e dificilmente era contrariado.
No entanto, as coisas mudaram desde a saída de Jony Ive, em 2019. A equipe de design passou a se reportar a Jeff Williams, chefe do departamento de operações da empresa.
Para Cook, o lançamento do headset é importantíssimo. O projeto todo foi concebido durante a gestão do CEO e deve ter um peso significativo no futuro da marca.
Ele também inaugura uma categoria de produtos da marca, o que não acontece há anos, o que seria importante para marcar a gestão do diretor executivo.
O iPhone, o iPad e o Mac são legados da gestão de Steve Jobs, falecido em 2011, e outros projetos, como o Apple Watch e o HomePod, não foram tão inovadores em relação ao resto do mercado.
O que sabemos sobre o headset da Apple
Depois de um longo desenvolvimento e muitas especulações, o headset da Apple deve dar as caras em 2023.
Segundo as informações de Mark Gurman, jornalista da Bloomberg e um dos maiores conhecedores da Apple, o gadget deve se chamar Reality Pro e oferecer recursos de realidade mista.
Este é o nome dado à combinação de realidade virtual (que cria experiências totalmente em 3D, em um ambiente virtual) e realidade aumentada (que adiciona elementos virtuais ao mundo real). No segundo caso, câmeras externas reproduzirão as imagens reais nas telas do aparelho.
Uma coroa digital semelhante à do Apple Watch deve dar a opção de alternar entre os dois modos.
O Reality Pro deve ter recursos de rastreamento de mãos, usando várias câmeras, e de olhos, a partir de sensores internos. Assim, será possível interagir com a interface usando os dedos.
Entre os aplicativos, o headset deve ter uma versão imersiva do FaceTime e conexão com Mac, iPhone e iPad.
A expectativa é que o aparelho custe em torno de US$ 3 mil, o dobro que a Meta cobrava por seu Quest Pro no lançamento, antes de fazer um corte de preço e deixá-lo por US$ 1 mil.
A Apple quer vender 1 milhão de unidades em um ano, o que dá cerca de 10% do mercado de realidade virtual, que ainda é bem pequeno. Comparando com outras linhas, a companhia vendeu mais de 200 milhões de iPhones e aproximadamente 50 milhões de relógios no ano passado.
Fazendo as contas, o Reality Pro daria US$ 3 bilhões em receita, menos de 1% do faturamento da empresa, que fica na casa dos US$ 400 bilhões.
O plano, porém, é estar pronto para o futuro. Estima-se que o mercado de headsets movimente US$ 100 bilhões anualmente no fim da década.
Com informações: The Financial Times, Bloomberg.
Apple pode lançar headset de VR e AR ainda em 2023, após pressão de Tim Cook
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