O lançamento do HoloLens 2 acontece no meio de uma “tempestade” de problemas e polêmicas nos últimos meses. Em junho de 2022, o chefe da divisão do óculos, o brasileiro Alex Kipman, foi demitido após uma acusação de assédio.
Em janeiro deste ano, mais duas bombas (perdão pelo trocadilho futuro). Na primeira, no dia 12 de janeiro, o governo americano bloqueou o contrato de US$ 400 milhões do exército americano para testar a plataforma do HoloLens em novos equipamentos militares. Dez dias depois, as divisões de realidade virtual, HoloLens e realidade mista foram algumas das principais vítimas da demissão em massa na Microsoft.
HoloLens 2 espera conquistar empresas brasileiras
No lançamento do HoloLens 2, a Microsoft mostrou a utilidade do óculos de realidade mista em setores profissionais. Esse segmento não é apenas o foco do produto, mas um que pode se beneficiar da tecnologia de realidade mista, na qual profissionais em diferentes localidades podem trabalhar juntos em um mesmo equipamento.
Por exemplo, mecânicos aeronáuticos podem se conectar com um supervisor para que ele avalie a condição de um equipamento ou ajude a consertar alguma falha. Desse modo, também há redução de custos — evitando longas viagens de profissionais em diferentes bases. Essa economia também atende a área da saúde.
Óculos de realidade mista da Microsoft já usado na área da saúde
O uso da realidade mista auxilia o intercâmbio entre médicos em diferentes lugares, incluindo países e durante cirurgias. No lançamento do HoloLens 2, a PBSF (sigla em inglês para Protegendo Cérebros, Salvando Futuros) demonstrou o uso do óculos para a avaliação remota de recém-nascidos que possuem alto risco de lesão cerebral permanente — um exemplo são casos de asfixia perinatal.
A Santa Casa de São Paulo será o primeiro hospital brasileiro a usar o HoloLens 2. Com o equipamento, médicos da instituição poderão se conectar com especialistas da PBSF para um auxílio em casos de recém-nascidos com alto risco de lesão cerebral.
Outro ponto interessante, não comentado pela Microsoft, é que óculos de realidade mista podem ajudar ainda em cirurgias de separação de gêmeos siameses, umas das operações mais complexas da medicina.
Todavia, apesar desse uso nobre da tecnologia, não podemos esquecer dos problemas que a divisão de realidade virtual da Microsoft está passando. E esperar que o suporte para os produtos do Brasil não demore quatro anos para atender.
Microsoft anuncia HoloLens 2 no Brasil, quatro anos depois de lançamento no exterior
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