Demis Hassabis, CEO da DeepMind, terá o mesmo cargo no Google DeepMind. Já Jeff Dean, co-fundador da equipe Brain, será o cientista-chefe da Google Research e do Google DeepMind.
“Juntos, colaborando com nossos fantásticos colegas das áreas de produto do Google, temos uma oportunidade real para melhorar consideravelmente as vidas de bilhões de pessoas, transformar indústrias, levar a ciência adiante e ajudar comunidades diversas”, declarou Hassabis.
Nos últimos meses, o lançamento do ChatGPT colocou o Google em alerta.
A empresa estava acostumada a desenvolver inteligências artificiais para seu motor de buscas, “entendendo” conteúdo de páginas e buscas de usuários. Transformá-las em produtos para o usuário, porém, é algo novo.
Mesmo assim, o Google reagiu e vem liberando o Bard, seu chatbot com IA, aos poucos.
O lançamento foi cheio de problemas, como respostas erradas do programa e insatisfação de funcionários. Apesar disso, o CEO Sundar Pichai garante que sua empresa tem a melhor inteligência artificial do mercado.
A chegada da equipe da DeepMind pode ser vista nesse sentido: reforçar o desenvolvimento das tecnologias de IA para não ficar atrás da Microsoft e da OpenAI na corrida.
DeepMind era científica e queria mais independência
Dá para entender a declaração de Hassabis como um aviso que, daqui em diante, as tecnologias desenvolvidas serão voltadas para produtos e aplicações práticas.
Isso não é exatamente novidade: a DeepMind já realizou trabalhos para aumentar a duração da bateria dos smartphones com Android e reduzir o consumo de energia nos data centers da empresa. Mesmo assim, o foco era muito mais acadêmico e científico.
Como lembra o site The Verge, Google e DeepMind tinham um relacionamento tenso. Enquanto o laboratório tinha alguns dos melhores pesquisadores do mundo e uma reputação científica enorme, ele dava prejuízo, e era a gigante das buscas era quem pagava as contas.
Em 2021, o Google teria rejeitado um pedido da DeepMind para se tornar uma instituição sem fins lucrativos e ter mais independência.
Christopher Manning, diretor do Laboratório de Inteligência Artificial de Stanford, avalia que a fusão pode ser mais difícil do que parece. “Estrategicamente, faz sentido. Taticamente, será difícil gerenciar as diferenças organizacionais e culturais”, diz o cientista ao Wall Street Journal.
A DeepMind ficou famosa quando seu AlphaGo venceu um jogo de go contra o campeão mundial Lee Sedol. Outros feitos do laboratório foram o AlphaZero, que usou aprendizado por reforço para jogar go, xadrez e shogi, e o AlphaFold, especializado em enovelamento de proteínas.
Fundada em 2010 no Reino Unido, a DeepMind comprada pelo Google em 2014. No ano seguinte, a reestruturação corporativa formou o conglomerado Alphabet, com Google e DeepMind como subsidiárias separadas. Agora, elas estão novamente unidas.
Com informações: The Wall Street Journal, The Verge
DeepMind vai ajudar Google na corrida contra a OpenAI pelo futuro da IA
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