Para complicar, algumas fabricantes adicionam recursos básicos na central multimídia touchscreen e acabam piorando a usabilidade dos recursos. Por exemplo, a ativação do ar-condicionado, trocas de rádio e atender chamadas.
Tudo tem limite: até tecnologia nos carros
Na pesquisa da JD Power, 56% dos 84.555 entrevistados com carros modelo 2023 responderam que preferem usar o sistema de nativo de seus carros para ouvir música— uma queda de 14% quando comparado ao ano de 2020. Os veículos dos entrevistados foram fabricados entre novembro de 2022 e fevereiro de 2023.
Para outros usos do sistema de infotenimento do carro, como chamadas, navegação e reconhecimento de voz, apenas 45%, 43% e 37% dos motoristas escolhem usar o sistema nativo dos veículos.
Todavia, os resultados de satisfação são maiores quando o sistema nativo é Android Automotive Operating System (AAOS, Sistema Operacional Android Automotivo, tradução livre) com o Google Automotive Service (GAS), serviço de apps do Google para as fabricantes instalarem em seus veículos.
Os resultados do estudo da JD Power podem ser explicados com dados apresentados por uma pesquisa da Vi Bilagare, uma revista sueca sobre automóveis: interface ruim e botões touchscreen podem “ser um saco” (aspas de quem vos escreve) ao usar o carro.
A Vi Bilagare usa como exemplo de usabilidade complicada o sistema proprietário da BMW iX. Essa interface ruim somada ao uso exclusivo do touchscreen para ativar recursos simples, como ligar o ar-condicionado, prejudica a experiência do motorista. A revista ainda testou um Volvo V70, ano 2005, com os “arcaicos” botões analógicos — que foi o mais ágil nos testes de ajustar o ar-condicionado e o rádio.
Esse excesso de tecnologia pode dificultar tarefas simples e que são as mais usadas nos carros. Por exemplo, andar sem ar-condicionado no verão é um sufoco (experiência de quem tem um econômico Celta sem a “feature”). Fora isso, um ponto levantado pela Vi Bilagare é o risco em percorrer uma longa distância — e em alta velocidade — tentando ligar algum recurso.
Um outro exemplo de “tecnologia demais” é da adoção de um “guichê no metaverso” por uma empresa de viação brasileira. O cliente só quer comprar a passagem, não ter a experiência de criar um avatar e usar um recurso “complexo” para simular um guichê de rodoviária no navegador ou celular.
Fabricantes brasileiras mantém “redundância” nos sistemas
O Tecnoblog entrou em contato com algumas montadoras presentes no Brasil para saber se seus veículos possuem sistema próprio de infotenimento e como é a ativação do ar-condicionado nos veículos — a função de rádio não foi citada, imaginando que o motorista opte por conectar o seu streaming de música ao sistema.
A Fiat e a Citroen possuem a opção de ativar o ar-condicionado tanto pelo painel de infotenimento como pelo bom e velho botão físico. Em contato com um dono de um Hyundai Creta, ele respondeu que o veículo segue esse “padrão”. Já nos veículos da Volvo, o ajuste é feito pelo touchscreen ou por comando de voz.
A montadora sueca também é a única das que responderam a ter o GAS nativo — as outras tem sistema proprietário. Todas suportam o espelhamento de apps terceiros, como Apple CarPlay e Android Auto.
Com informações: The Verge e ArsTechnica
Pesquisa mostra que motoristas estão cansados de “carros tech”
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