Entre as outras medidas tomadas pelo governo russo está a proibição de usar emails de provedores estrangeiros, como o Gmail, para se inscrever em plataformas do país. Por exemplo, nada de usar um saudoso @hotmail para criar a conta no VK.
Além disso, as plataformas russas terão que comprar a identidade dos usuários durante a criação de conta usando algum serviço de verificação aprovado pelo governo. Um exemplo para a nossa realidade: é como se o Twitter, digo, X exigisse uma integração com o gov.br para validar que somos uma pessoa real e não um bot — mas sem cobrar o Twitter Blue para isso.
Na Rússia reversa, o governo é que usa VPN para escapar de sanções
O ponto mais curioso dessa nova legislação é que divulgar ou ensinar como usar VPNs ou “navegadores para deep web” virou crime. No entanto, o próprio governo russo confirmou no ano passado (como noticiou a Fortune) que utiliza VPNs para burlar restrições de acesso causadas por sanções de países ocidentais que se opõem à invasão na Ucrânia.
Após o início da guerra, a Rússia criou uma lei que proíbe “desacreditar as forças armadas e publicar informações falsas sobre a operação militar especial” — termo usado pelo governo para se referir à invasão. Aliado a isso, plataformas ocidentais como o Instagram foram bloqueadas, impedindo que a população tivesse acesso a informações de veículos internacionais.
O uso de VPNs saltou na Rússia, como mostra uma reportagem da Novaya Gazeta, veículo independente do ganhador do Nobel da Paz Dmitry Muratov, que encerrou suas operações na Rússia após a guerra e só pode ser acessado usando essa tecnologia. A Rússia saiu da 45ª posição de número de downloads de VPNs em 2021 para 8º no ano passado.
Apesar de criminalizar a indicação de VPNs, esses serviços não foram banidos na Rússia. Todavia, o governo continua dificultando o uso de VPNs, incluindo que as provedoras impeçam o acesso à sites banidos — praticamente o motivo pelo qual usam o serviço no país.
Com informações: TorrentFreak e Fortune
Indicar VPNs vira crime na Rússia, mas Kremlin usa recurso para burlar sanções
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