Ilustração com marca de aplicativo de adblock
YouTube declara guerra ao adblock (Imagem: Vitor Pádua/Tecnoblog)

Os criadores do navegador Brave se posicionaram contra as mudanças previstas pelo Google para o Chrome no próximo ano. Dentre elas, deve ocorrer uma maior limitação na maneira como funcionam as ferramentas de adblock.

O perfil do Brave na rede social social Threads postou que vai “continuar aceitando o uBlock Origin e o uMatrix mesmo depois que o Chrome pare de fazê-lo”. Estas são algumas das extensões mais conhecidas por quem não quer ver publicidade na internet.

A postagem imediatamente resultou em respostas mistas. Alguns usuários agradeceram ao Brave, enquanto outros disseram que os anúncios são a principal maneira com que os produtores de conteúdo ganham dinheiro no YouTube (também do Google).

Postagem do Brave diz o seguinte:
Navegador se posiciona sobre Google tentar mandar os ad blockers (Imagem: Reprodução/Brave)

A saga do Google contra o adblock

O Google adotou uma postura agressiva contra ferramentas de adblock nos últimos meses. O YouTube, por exemplo, passou a mostrar um aviso quando a pessoa acessa o site pelo computador. A empresa oferece três vídeos, mas ameaça bloquear o acesso caso o usuário mantenha o ad blocker ativo.

Além disso, a empresa planeja há anos a liberação do chamado Manifest V3. Trata-se de uma parte importante do navegador Chrome porque determina limites para as extensões. Na terceira geração, essa tecnologia não permitirá que os softwares plugados no Chrome executem códigos armazenados em servidores remotos.

A controvérsia em torno do Manifest V3 não é de hoje). Conforme o repórter Emerson Alecrim nos explicou em outra ocasião: “a API WebRequest, existente no Manifest V2, é muito utilizada por bloqueadores de anúncios, pois, com ela, a extensão pode interceptar solicitações de páginas web de modo a evitar, por exemplo, a inserção de cookies no navegador ou o carregamento de arquivos de mídia. Note que esses são justamente recursos usados por bloqueadores de anúncios para barrar… anúncios.”

O Manifest V3 deve chegar ao Chrome ao longo de 2024. A nova versão prevê que o navegador (e não as extensões) decida quais códigos executar, o que pode se tornar um tiro de morte contra os bloqueadores de anúncios. A empresa alega que será uma “mudança na filosofia da segurança e da privacidade dos usuários”.

Brave depende do Chromium

É importante ter em mente que o Brave é um navegador que utiliza o código do Chromium, projeto de código aberto que também alimenta o Chrome. Mesmo assim, os criadores do Brave dizem que os recursos de bloqueio de anúncios estão embarcados diretamente no navegador deles, sem depender das regras de extensões estipuladas para o Manifest V3.

“Ainda que o Manifest V3 não impeça o Brave [de funcionar], estamos preocupados de que o Google esteja avançando com um plano que fere a privacidade e a escolha do usuário”, declarou a empresa na web. O Brave ainda diz que o Google “fere a internet aberta e coloca seus negócios de publicidade acima dos usuários”.

Com informações: Brave e Google

Navegador Brave compra briga com Google para manter adblock