A organização austríaca Noyb, que atua em defesa do direito à privacidade, registrou uma queixa contra a Meta, acusando a companhia de violar os regulamentos de proteção a dados pessoais da União Europeia. O grupo argumenta que o preço da assinatura do plano sem anúncios do Instagram e do Facebook está “muito fora de proporção” e que a empresa estaria cobrando por um direito fundamental.
Para provar seu ponto, a Noyb usa dados dos próprios relatórios financeiros divulgados pela Meta. Segundo as informações, cada usuário na Europa rendeu, em média, € 62,88. Enquanto isso, a assinatura custa € 120 anuais, e pode chegar a € 250 para quem tem uma conta no Facebook e outra no Instagram.
Para a organização, se o plano da Meta seguir adiante, mais apps podem adotar o mesmo modelo, e o custo para proteger sua privacidade pode se tornar impossível de pagar.
“De acordo com o Google, um usuário tem, em média, 35 apps instalados em seu smartphone. Se todos seguirem o modelo da Meta e cobrarem um preço parecido, este usuário teria que pagar uma ‘taxa de direitos fundamentais’ de € 8.815,80 por ano”, escreve a Noyb.
“Direitos fundamentais geralmente estão disponíveis para todo mundo. Quantas pessoas continuariam exercendo seu direito ao voto se tivessem que pagar € 250 por ano?”, questiona Max Schrems, fundador e presidente da Nyob.
Instagram ganhou plano pago para driblar autoridades
Após meses de especulação, a Meta confirmou que passaria a oferecer um plano pago para Instagram e Facebook na Europa.
O principal atrativo do pacote é não ver propaganda nas redes sociais. A mensalidade é de € 9,99 (ou € 12,99, caso a assinatura seja feita pela App Store ou pela Google Play).
Mais que uma nova fonte de receita ou vantagem para os usuários, a ideia da Meta é alegar que oferece uma opção sem rastreamento, nem propagandas direcionadas — basta pagar por isso.
Assim, se o usuário quer usar as redes sem pagar, ele pode, mas estará concordando com a coleta de seus dados e a exibição de anúncios.
Com informações: TechCrunch
Plano pago sem propaganda do Instagram já é alvo de queixa na Europa
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