Lançado no fim de 2022, o ChatGPT continuou a fazer muito barulho ao longo de 2023 e influenciou praticamente toda a indústria de tecnologia. O ano foi bastante agitado para o robô que sabe conversar. Não faltaram novos recursos, mas muita gente ficou desapontada com o desempenho.
Por outro lado, houve diversos problemas de segurança e direitos autorais. E nos bastidores, um grande drama envolvendo o CEO e o conselho da OpenAI, além de uma aposta no modelo de assinatura para conseguir pagar as contas.
ChatGPT ganha GPT-4, app, plugins, imagens e voz
Logo em março, a OpenAI anunciou o lançamento do GPT-4, nova versão do modelo de linguagem de larga escala que dá ao ChatGPT os poderes de entender mensagens e escrever respostas.
A empresa classificou o GPT-4 como uma IA com melhores capacidades profissionais e acadêmicas, mas ainda menos capaz que um humano. Por enquanto, o GPT-4 continua exclusivo para assinantes do ChatGPT Plus.
O ChatGPT também ganhou apps para Android e iPhone (iOS), com direito a reconhecimento de voz. O robô agora conta com plugins para se conectar a serviços de terceiros e fazer buscas na web. E por fim, ele se tornou capaz de gerar imagens, graças à integração com o Dall-E.
Alguns recursos exclusivos para assinantes e empresas também foram lançados, como a possibilidade de criar instruções predefinidas e personalizar a IA. Esta vem sendo a forma que a OpenAI arrumou para conseguir receitas.
Apesar desse monte de novidades, muita gente reclamou que o ChatGPT não dá respostas com a qualidade de antes e anda meio “preguiçoso”. A OpenAI diz estar investigando a questão.
Problemas de segurança e questões de copyright
O ano do ChatGPT não foi só essa maravilh. A inteligência artificial também sofreu com vazamentos de dados, criação de malware, ataques DDoS, bloqueios de sites e processos de autores.
Logo em janeiro, pesquisadores mostraram que as salvaguardas da OpenAI não estavam funcionando corretamente — era só pedir “com jeitinho” que o robô escrevia malware.
O robô também enfrentou questões de privacidade. Um bug deixou os títulos de conversas visíveis para outros usuários. Além disso, pesquisadores descobriram um ataque “bobo”: pedir para o robô repetir palavras “para sempre” levava o ChatGPT a revelar dados pessoais usados no treinamento da IA.
Deixando de lado questões de segurança, os direitos autorais também foram um estorvo para a OpenAI. A CNN e o New York Times, por exemplo, bloquearam o GPTBot, robô que coleta textos para treinar a inteligência artificial. George R. R. Martin, autor de As Crônicas de Gelo e Fogo, e outros escritores também processaram a OpenAI.
Sam Altman sai e volta em menos de uma semana
O ano de 2023 não foi só de tecnologia para o ChatGPT. A OpenAI, empresa que desenvolve a inteligência artificial, se viu no meio de um drama corporativo surpreendente. Veja a linha do tempo:
- 17 de novembro: o conselho administrativo da OpenAI comunica, de modo surpreendente, a demissão de Sam Altman, CEO e cofundador da empresa.
- 20 de novembro: a Microsoft anuncia a contratação de Altman e funcionários da OpenAI ameaçam se demitir e seguir o caminho do ex-chefe caso ele não volte ao cargo.
- 21 de novembro: a OpenAI anuncia a volta de Sam Altman ao cargo de CEO e mudanças no conselho.
Apesar de Sam Altman continuar como CEO, algumas coisas mudaram na OpenAI. A empresa agora tem um novo conselho administrativo. Uma das novidades nele é a presença da Microsoft.
Dona de 49% da OpenAI, ela não tem poder de voto e atua apenas como observadora, mas isso já é o suficiente para entender melhor as tomadas de decisão e não ser pega de surpresa novamente.
ChatGPT ficou mais poderoso, mas passou por turbulências em 2023
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