A Meta anunciou a segunda geração do MTIA (Meta Training Inference Accelerator), chip com 5 nanômetros e suporte a memórias LPDDR5. A novidade é focada em inteligência artificial (IA) e deixa claro que a turma do Facebook gostou da ideia de se aventurar com hardware próprio. Próprio e poderoso.
Como é o novo chip da Meta
Tal como o MTIA de primeira geração, o novo chip da Meta é um acelerador de inferência de IA. Entenda como inferência a operação que é realizada por um sistema baseado em redes neurais cujo resultado é uma previsão que pode ser usada para várias ações, como tomadas de decisão.
O novo MTIA foi desenvolvido para tornar a execução dessas tarefas mais eficiente. A Meta explica que, para isso, o chip foi projetado para ser três vezes mais potente do que o antecessor. Isso foi possível devido a um conjunto de abordagens, entre elas:
- suporte a até 128 GB de memória LPDDR5, o dobro em relação à primeira geração;
- largura de banda de memória de 204,8 GB/s, contra 176 GB/s na geração anterior;
- controlador PCI Express 5.0 com largura de banda de 64 GB/s, contra um controlador PCI Express 4.0 com largura de 32 GB/s no primeiro MTIA;
- processo de fabricação TSMC de 5 nanômetros contra 7 nanômetros no chip antecessor.
A mudança da tecnologia de fabricação permitiu à Meta aumentar a frequência do novo MTIA de 800 MHz para 1,35 GHz (ganho de 68,8%). O chip também ficou maior, passando de uma área de 373 mm² para 421 mm².
Ambos os chips seguem a mesma estrutura básica, composta por uma matriz 8×8 dos chamados “elementos de processamento” (PEs, na sigla inglês). Cada PE segue a arquitetura RISC-V e tem um núcleo para cargas de trabalho escalar e outro para extensões vetoriais.
Contudo, os avançados da nova geração fizeram o TDP saltar de 25 W para 90 W. É o preço a ser pago para uma evolução tão expressiva entre gerações. A prioridade é o desempenho, de todo modo. Prova disso é que, no atual estágio, a companhia tem montado gabinetes com 24 chips MTIA de segunda geração cada.
Por que a Meta criou um chip tão complexo?
Em primeiro lugar, porque a Meta não quer ficar atrás do Google e da Microsoft no quesito inteligência artificial. Para tanto, a empresa tem investido fortemente em chips de gigantes como Nvidia e AMD para lidar com as suas crescentes cargas de trabalho de IA. A Meta é uma das maiores clientes dessas companhias.
Mas, com chips feitos sob medida, a Meta pode implementar uma infraestrutura para IA mais condizente com as suas demandas. A lógica é a de adaptar o chip às suas aplicações, e não o contrário, que é o que tende a acontecer com soluções de terceiros. A própria Meta contextualiza:
O MTIA é uma aposta de longo prazo para fornecer a arquitetura mais eficiente para as operações exclusivas da Meta. (…) Já estamos vendo resultados positivos deste programa, pois ele nos permite dedicar e investir em maior poder computacional para nossas operações de IA mais intensas.
A Meta reconhece que o MTIA também deve ajudar a companhia a lidar com a IA generativa. Faz sentido, afinal, essa cena é dominada por ferramentas como ChatGPT e Google Gemini, com a Meta tendo participação quase nula nela.
Conheça o novo MTIA, chip que a Meta criou para “turbinar” a IA
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