A administração Biden anunciou o plano de proibir a venda do antivírus Kaspersky nos Estados Unidos. Para o governo americano, a Rússia exerce forte influência sobre as operações da empresa de software, e isso é visto como uma ameaça de segurança.
Sendo mais preciso, o governo dos Estados Unidos acredita que o acesso amplo que os antivírus têm aos sistemas operacionais podem fazer a Rússia utilizar o software da Kaspersky para práticas de espionagem.
É o que Gina Raimondo, secretária de comércio dos Estados Unidos, deu a entender em entrevista nesta semana:
A Rússia mostrou que tem capacidade e … intenção de explorar companhias russas como a Kaspersky para coletar e transformar em armas as informações pessoais de americanos, e é por isso que somos compelidos a tomar a ação que estamos executando hoje.
Gina Raimondo, secretária de comércio dos Estados Unidos
Banimento a partir de 29 de setembro
De acordo com a Reuters, o governo Biden deve anunciar oficialmente a proibição da venda do antivírus da Kaspersky nos Estados Unidos na próxima quinta-feira (27).
Se a decisão for anunciada, o bloqueio entrará em vigor em 29 de setembro de 2024. Um prazo de 100 dias será estabelecido para que organizações que utilizam soluções da Kaspersky tenham tempo para contratar e implementar softwares de outras companhias.
A restrição também deverá barrar as atualizações de software da Kaspersky, daí a razão para que organizações ou indivíduos que utilizam as soluções da empresa tenham um prazo para buscar alternativas.
Já a realização de novos negócios pela Kaspersky nos Estados Unidos será proibida 30 dias após o anúncio do banimento. Até a venda de produtos da empresa que são comercializados sob marcas diferentes será proibida.
É possível ainda que os Estados Unidos tomem a decisão de incluir a Kaspersky na lista de organizações que representam ameaça à segurança do país, algo semelhante ao que aconteceu com a chinesa Huawei. Com isso, empresas americanas não poderão atuar como fornecedoras da Kaspersky, a não ser se forem autorizadas pelo governo.
Kaspersky nega ameaça à segurança dos EUA
Em nota, a Kaspersky negou que as suas atividades representem uma ameaça à segurança nacional dos Estados Unidos e que, por isso, buscará os meios judiciais para manter as suas operações no país.
A companhia atribui o banimento ao “clima geopolítico atual e a preocupações teóricas, em vez de uma avaliação abrangente da integridade dos produtos e serviços da Kaspersky”.
Fato é que a Kaspersky está na mira do governo dos Estados Unidos pelo menos desde 2017. Naquele ano, a empresa foi acusada de facilitar o vazamento de dados da NSA, a Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos.
Com sede em Moscou, a Kaspersky sempre negou as acusações.
EUA vão banir antivírus da Kaspersky por suposta espionagem russa
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