O Project Natick foi iniciado em 2013 como uma possível grande inovação da Microsoft. Trata-se de um datacenter em forma de cápsula para ser instalado dentro do mar e, assim, reduzir os custos com resfriamento. Só que a iniciativa foi descontinuada, sem alarde.
Um datacenter mergulhado no mar
Datacenters convencionais, que são instalados em prédios ou galpões, demandam uma grande quantidade de equipamentos de resfriamento, que incluem principalmente sistemas de ar condicionado. Os gastos com aquisição e manutenção desses sistemas são altos, sem contar as despesas com energia elétrica.
Isso levou a Microsoft Research a desenvolver o Project Natick. Nele, uma cápsula especial armazena servidores e equipamentos de rede, e é lançada ao mar.
O projeto foi criado com dois propósitos principais:
- a água do oceano ser usada para resfriar o datacenter, dispensando ar condicionado ou outro tipo de refrigeração convencional;
- os movimentos das águas do mar serem utilizados para gerar a energia elétrica necessária para o datacenter operar.
Em 2018, a Microsoft começou a testar o Project Natick de forma consistente em uma área próxima às Órcades, ilhas localizadas a 16 quilômetros do norte da Escócia. Os resultados foram promissores.
Cerca de 85 servidores foram instalados na cápsula, que ficou submersa por pouco mais de dois anos. Durante esse período, apenas seis servidores ficaram inoperantes, número que corresponde a apenas 0,7% dos equipamentos instalados.
Apesar desse resultado favorável, o Project Natick não voltou mais para o fundo do mar. E nem vai voltar.
Project Natick foi descontinuado silenciosamente
A página do Project Natick está sem atualizações desde meados de 2020 e, recentemente, a companhia confirmou o fim da iniciativa ao DatacenterDynamics.
Os motivos da decisão não foram revelados. Mas Noelle Walsh, executiva da Microsoft que trabalhou no projeto, fala em aproveitar o que foi alcançado na pesquisa em outras iniciativas:
Minha equipe trabalhou nisso e funcionou. Aprendemos muito sobre operações no nível submarino, vibrações e impactos no servidor. Então, vamos aplicar esses aprendizados em outros casos.
Noelle Walsh, vice-presidente de inovação da Microsoft
É possível que a Microsoft tenha descontinuado o projeto simplesmente por ter outras prioridades. Outra possibilidade é a de companhia querer direcionar a equipe do projeto a pesquisas mais atuais.
Seja como for, os esforços do Project Natick não foram em vão. Além da possibilidade de aplicar o que foi aprendido em outras iniciativas, como Walsh sugeriu, a pesquisa permitiu à Microsoft registrar várias patentes relacionadas a datacenters no fundo do mar.
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