Há aproximadamente 4.000 anos, os últimos mamutes do planeta deram seus últimos suspiros na ilha de Wrangel, no Ártico, antes de desaparecer do planeta por completo. A ciência ainda não sabe o que levou a espécie à extinção definitiva, mas agora uma possibilidade foi riscada da lista — o colapso genético.

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Para descartar os problemas genéticos sérios, os cientistas do Centro de Paleogenética da Universidade de Estocolmo e do Museu Sueco de História Natural analisaram os restos de 13 mamutes diferentes da ilha de Wrangel, bem como sete achados no continente, com 50 mil anos de diferença entre os indivíduos.

Mamutes e sua queda

Os mamutes-lanosos (Mammuthus primigenius) viveram na Europa, Ásia e América do Norte durante a última Era do Gelo. Após a Terra começar a se aquecer, há cerca de 12.000 anos, e os caçadores humanos passarem a ameaçá-los, os enormes mamíferos retrocederam cada vez mais para o norte, sumindo dos continentes há cerca de 10.000 anos.


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Na ilha de Wrangel, os mamutes sobreviveram por cercam de seis mil anos, perdendo diversidade, mas não foi isso que os matou (Imagem: Dehasque et al./Cell)
Na ilha de Wrangel, os mamutes sobreviveram por cercam de seis mil anos, perdendo diversidade, mas não foi isso que os matou (Imagem: Dehasque et al./Cell)

O aumento do nível do mar isolou uma pequena população de mamutes na ilha de Wrangel, onde sobreviveram por mais 6.000 anos. Alguns cientistas, então, ventilaram a ideia de que mutações genéticas nocivas, vindas da endogamia, teriam sido a causa do fim dos mamutes no local. Segundo os achados dos cientistas, no entanto, publicados na revista científica Cell, não foi bem isso que aconteceu.

A espécie passou, de fato, por um gargalo seríssimo, quando apenas oito mastodontes estavam reproduzindo-se a determinada altura da história. A população, no entanto, se recuperou, chegando a ter entre 200 e 300 indivíduos ao longo de 20 gerações, ficando estável até o fim.

O genoma dos mamutes da ilha de Wrangel de fato mostrou sinais de baixa diversidade genética e endogamia, inclusive em genes críticos para o sistema imune dos vertebrados, o que deve tê-los deixado mais desprotegidos contra ameaças como a gripe aviária e a peste bubônica, por exemplo. Definiu-se, então, que o responsável pela morte da espécie teria sido um evento aleatório, bizarro e ainda desconhecido.

A pesquisa pode ajudar a ciência a entender a crise da biodiversidade enfrentada por muitos animais atualmente, já que diversas espécies passam pelo mesmo drama dos antigos mamutes. Assim como no mundo moderno, não é apenas um fator, como a genética, que explica a extinção de uma espécie, mas sim vários, como caça, mutações, endogamia e, às vezes, pura má sorte advinda da própria natureza.

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