Os Mashco Piro são um grupo de cerca de 750 indígenas que vivem na fronteira Peru-Brasil e podem ser considerados o maior grupo indígena isolado do mundo, segundo estimativa dos ativistas da ONG Survival International. Os indígenas apareceram em imagens raras na última terça (16).

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Um grupo de aproximadamente com dezenas de integrantes foi visto em imagens inéditas próximos a poucos quilômetros de áreas destinadas à exploração de madeira.

A exploração de madeira é uma questão em evidência na área, pois diversas madeireiras têm concessões para operar no território dos Mashco Piro.


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Em outro avistamento recente, mais de 50 indígenas Mashco Piro apareceram em território dos indígenas Yine de Monte Salvado, no sudoeste do Peru. Embora os Yine não sejam isolados, falam um língua parecida e informaram que os Mashco Piro reclamaram de madeireiros em suas terras.

Segundo a ativista Priscilla Oliveira da ONG Survival essa ocorrência não é normal: “É bem incomum que um grupo tão grande apareça assim, dessa forma. É isso que faz a gente pensar que realmente está acontecendo alguma coisa lá”.

Mashco Piro e Yines

Os dois povos falam línguas parecidas, mas o contato entre eles não é frequente, pois segundo é informado pelos Yines, os Mashco Piro preferem seguir isolados e podem responder de maneira agressiva. No entanto, há contato entre os povos quando os Mashco Piro buscam por alimentos.

O povo depende apenas do que cultivam e caçam na floresta. Isso inclui recursos para produzir ferramentas e casas, chamadas de tapiris, além dos alimentos, portanto a invasão das terras se torna um problema grave.

História

Na década de 1880, o território dos Mashco Piro passou a ser invadido por trabalhadores envolvidos na extração de látex, durante o período do ciclo da borracha. Neste período muitos integrantes da tribo foram mortos, escravizados e o povo teve terras roubadas por consequência.

Diversos membros da tribo fugiram para lugares remotos na floresta e se mantiveram isolados, da mesma maneira que seus descendentes seguem até os dias atuais.

Em 2002, após pressão da organização indígena FENAMAD (Federação Nativa do Rio de Madre de Dios e Afluentes), o governo peruano criou a Terra Indígena Madre de Dios para proteger o território dos Mashco Piro.

O território florestal conservado se estende por diversas bacias hidrográficas próximas à fronteira com o Brasil.

Madeireiras e concessões

Apesar da criação da reserva, grandes áreas do território Mashco Piro ficaram fora dos limites da terra indígena, acabaram desprotegidas e sujeitas às ações das madeireiras, sendo a maior delas a Canales Tahuamanu.

Neste avistamento recente, a terra indígena fica a poucos quilômetros da região onde a Canales Tahuamanu detém uma licença de extração certificada pelo Conselho de Manejo Florestal (FSC).

A diretora da Survival International, Caroline Pearce, fez o alerta: “Essas imagens incríveis mostram que um grande número de indígenas isolados Mashco Piro vive a poucos quilômetros de áreas concedidas à exploração de madeira. Inclusive, a empresa Canales Tahuamanu já está trabalhando dentro do território dos Mashco Piro.”

Apesar licença de extração certificada da empresa, organizações sem fins lucrativos seguem pressionando o governo peruano para que a concessão da Canales Tahuamanu seja cancelada.

Saúde em risco

Os ativistas alertam que indígenas isolados são vulneráveis ao contato com pessoas de fora, pois não possuem imunidade contra doenças comuns como a gripe e esse contato pode gerar uma situação de crise humanitária.

Mashco Piro no Brasil

Segundo a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) o Brasil tem três confirmações da presença de indivíduos identificados como Mashco Piro: Na Terra Indígena Mamoadate, no Parque Nacional do Manú e na região do Rio Envira na terra indígena Kampa.

Fonte: G1, Survival Brasil

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