A evolução da inteligência artificial está gerando várias ideias de produtos que usam essa tecnologia. Depois do AI Pin e do Rabbit R1, agora é a vez do Friend ganhar espaço. O produto é um colar que tem como pingente um gadget feito para ser seu amigo para todos os momentos — ele pode até “morrer”.
A ideia do produto é tão estranha que você deve estar em dúvida se isso é real ou não. Seja verdade ou uma esquete que foi longe demais, o fato é que a empresa juntou US$ 2,5 milhões em investimentos e tem um valor de mercado de US$ 50 milhões. Custando US$ 99 (R$ 560), a pré-venda do Friend está aberta para os Estados Unidos e Canadá, com entrega prevista para o início de 2025.
Produto tem um objetivo e falhas da concorrência
A ideia do Friend é ser um dispositivo para combater a solidão do usuário, sendo um companheiro para todas as horas. Vai fazer uma trilha sozinho? Converse com o Friend. Está assistindo a um filme? O dispositivo comenta com você. Eu tenho a sensação de que eu já vi esse filme.
O vídeo de anúncio, porém, mostra um ponto que foi alvo de críticas do AI Pin e do Rabbit R1: um app para smartphone faria claramente o mesmo.
Veja o funcionamento do Friend, que usa o LLM Claude 3.5. Você precisa apertar o botão do dispositivo (ou deixar a captação de áudio sempre ligada), falar e a resposta da IA vem pelo celular em texto. Um app como assistente de voz não serviria para o mesmo propósito? Ou talvez incluir um alto-falante básico no Friend?
A empresa explica em seu site oficial que o usuário pode ativar o modo “sempre escutando”, o que dispensa a ação de apertar o botão. O Friend, por enquanto, só está disponível para iOS — a empresa desenvolverá uma versão para Android se a demanda for alta. Os áudios e transcrições não são salvas.
O mais doido do produto é que ele pode “morrer”, já que não salva dados além da janela de contexto dentro do dispositivo. Se o seu Friend estragar você precisa comprar um novo, recomeçando uma amizade do zero. Isso é a parte mais “realista” da proposta do gadget — mas ainda poderia ser um app. Essa “morte” faz até o Friend parecer um tamagotchi.
No fim do vídeo de anúncio (que parece o trailer de um episódio de Black Mirror), a empresa tenta passar a mensagem que o produto não substitui uma amizade real. Até porque seres humanos são seres sociais e uma IA “amiga” pode isolar alguém que já se sente solitário.
Em uma entrevista para o The Verge, Avi Schiffmann, criador do Friend, diz que a ideia do produto não é ser uma IA que melhore a produtividade ou auxilie em tarefas diárias, mas que ela seja um companheiro presente em todos os momentos. O autor até diz que viu o nascer do sol em Sidney e narrou a experiência para Emily, nome da sua Friend — repito, eu já vi esse filme.
Esse colar com IA quer ser seu amigo para todas as horas
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