O antraz (ou carbúnculo) é quase sempre associado às armas biológicas e ao bioterremismo, mas essa doença bacteriana bastante letal também ocorre de forma natural, já que as bactérias Bacillus anthracis vivem no solo e são encontradas em praticamente todo o mundo. Inclusive, há relatos recentes de um rebanho de gado e de alce selvagem mortos nos EUA devido à doença. 

  • Clique e siga o no WhatsApp
  • O que são armas biológicas, como antraz?

O surto de antraz em animais foi identificado no Condado de Carbon, no estado de Wyoming. Nesta semana, as autoridades locais de saúde alertaram a população sobre o risco da doença, já que os casos podem se espalhar e atingir humanos e animais domésticos. 

Até o momento, o alce é o único animal selvagem detectado com a doença. Episódios do tipo, envolvendo animais silvestres, não eram observados na região desde os anos 1950, segundo o jornal The Independent


Entre no Canal do WhatsApp do e fique por dentro das últimas notícias sobre tecnologia, lançamentos, dicas e tutoriais incríveis.

Rebanhos de gado também adoeceram por causa do antraz, com óbitos já identificados. O diagnóstico dos animais foi confirmado pelo Wyoming State Veterinary Laboratory.

“Temos aproximadamente 50 a 60 cabeças [de gado] que morreram, neste momento, devido ao antraz”, afirmou Hallie Hasel, veterinária estadual, para o jornal Cowboy State Daily, na quarta-feira (4). “Ainda estamos investigando, e pode haver outras perdas das quais ainda não temos conhecimento”, completou.

O que é antraz?

Como já adiantamos, o antraz (ou o carbúnculo) é uma doença causada pela Bacillus anthracis. O indivíduo ou animal normalmente se infecta quando ingere os esporos produzidos pelo patógeno. Eles podem estar no solo, na água, no ar ou em plantas contaminadas. 

O contato com feridas na pele de pessoas doentes e o consumo de carne de animais infectados também transmitem a condição, como aponta o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC).

Autoridades nos EUA investigam surto de antraz em animais, após mortes no estado de Wyoming (Imagem: Todd Parker/Preparedness and Emerging Infections at CDC)

Em média, há cerca de dois casos anuais de antraz entre humanos nos EUA, o que configura uma doença bastante rara. Estes indivíduos podem apresentar úlceras (feridas) na pele, dificuldade respiratória, diarreia, febre e hemorragias. 

Vale dizer que a evolução do quadro muda de acordo com a forma de infecção. Por exemplo, quando os esporos são inalados, os sintomas mais comuns são os respiratórios, já que esta é a forma do antraz pulmonar.

Antraz é arma biológica?

Além das formas naturais do antraz, os esporos da bactéria podem ser usados como armas biológicas. Em 2001, um ataque terrorista do tipo foi identificado em solo norte-americano, quando cartas intencionalmente misturadas a um pó branco contendo esses esporos foram enviadas. Mais de 20 pessoas adoeceram, com cinco mortes.

Em 1979, ainda na União Soviética, os esporos do antraz vazaram de um laboratório e pelo menos 66 pessoas e animais próximos morreram devido à infecção. O episódio ficou conhecido como “Chernobyl biológico”.

Tratamento contra antraz

A indicação do CDC é que seja prescrito imediatamente antibióticos para pacientes suspeitos de terem a doença. Em paralelo, há uma vacina contra antraz disponível para o uso humano, mas a aplicação é restrita a grupos de risco. Entre eles, estão: militares, cientistas que estudam o patógeno e outras pessoas com elevado risco de exposição.

“Os veterinários recomendam a vacinação anual do gado em áreas onde os animais tiveram antraz no passado”, explica o CDC sobre a medida que protege a criação de rebanhos.

Leia mais matérias no ItechNews .

Trending no :

  • Vela solar da NASA capota no espaço
  • Telegram muda política e vai moderar conversas privadas que forem denunciadas
  • NFL no Brasil | Como assistir à transmissão ao vivo de Eagles x Packers
  • Telecine abre sinal a todas as operadoras; saiba como ver no streaming
  • Milhares de tubarões repousam no fundo do mar e ninguém sabe por quê
  • Liderança feminina é motivo de priorizar moderação na Bluesky, diz diretora