A tecnologia de “órgão em chip”, que busca replicar funções de órgãos humanos em dispositivos sintéticos, está ganhando espaço como uma alternativa aos testes em animais. Empresas farmacêuticas e de biotecnologia ao redor do mundo investem no desenvolvimento e aplicação dos modelos “organ-on-a-chip”.

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Esses dispositivos surgiram como uma resposta ao modelo tradicional de desenvolvimento de medicamentos, que envolve testes em animais e enfrenta uma crescente pressão ética. Esses testes, embora úteis em várias etapas do processo, apresentam limitações, já que muitos medicamentos que funcionam em animais não apresentam os mesmos resultados em humanos — o que eleve os custos e o tempo de desenvolvimento.

O que é a tecnologia de “órgão em chip”?

A tecnologia “organ-on-a-chip” envolve a criação de dispositivos feitos de materiais sintéticos e canais microscópicos com uma cultura de células microfluídicas que simula as atividades, mecânica e a resposta fisiológica de órgãos e de completos sistemas de órgãos.


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Sensores embutidos nesses dispositivos monitoram as respostas das células a estímulos como medicamentos e nutrientes, replicando as condições de um corpo humano e permitindo que os pesquisadores estudem processos biológicos complexos sem a necessidade de modelos animais.

Tecnologia “organ-on-a-chip” pode acabar com testes em animais (Imagem: Pixabay/Pexels)
Tecnologia “organ-on-a-chip” pode acabar com testes em animais (Imagem: Pixabay/Pexels)

Esses chips já foram projetados para imitar órgãos como fígado, pulmão, rins e intestinos, possibilitando estudos detalhados sobre o comportamento celular e a eficácia de tratamentos.

Como a tecnologia surgiu

A ideia de criar modelos de órgãos em chips começou a ganhar forma na década de 1990, com o desenvolvimento de técnicas de biomicrofluídica. Em 2010, o termo “órgão em chip” foi formalizado após a criação de um chip que imitava as funções de um pulmão humano.

A partir desse momento, o campo cresceu rapidamente, com o desenvolvimento de dispositivos para vários órgãos e a convergência de tecnologias como bioimpressão 3D e engenharia de tecidos.

Empresas que usam “órgão em chip”

Várias empresas têm investido no desenvolvimento de sistemas de “órgão em chip”. A Bayer, por exemplo, colabora com a TissUse no desenvolvimento de um chip que simula o fígado e outros órgãos.

A Roche usa chips criados pela Mimetas para estudar doenças como a hepatite B e inflamações intestinais. AstraZeneca e Johnson & Johnson também adotaram a tecnologia em suas pesquisas biológicas, utilizando chips da Emulate Bio.

Estima-se que pelo menos 30 empresas farmacêuticas ao redor do mundo, inclusive no Brasil, estejam avaliando o uso de órgãos em chip como alternativa aos testes em animais.

Desafios e perspectivas

Apesar do progresso, a adoção em larga escala dos órgãos em chip ainda enfrenta desafios. Entre os principais obstáculos estão a padronização e validação dos dispositivos. Para que a tecnologia seja amplamente utilizada, é necessário garantir que os resultados sejam reproduzíveis e comparáveis entre diferentes laboratórios e estudos.

Outro ponto crucial é a integração de tecnologias emergentes, como inteligência artificial e aprendizado de máquina, que podem aumentar a capacidade de prever o comportamento de células humanas nos dispositivos. Essas ferramentas podem acelerar o processo de análise dos dados gerados pelos chips e ajudar a identificar padrões complexos nas respostas celulares.

À medida que a tecnologia avança, a expectativa é que os “órgãos em chip” possam não apenas substituir os testes em animais, mas também acelerar o desenvolvimento de novos tratamentos. Com a capacidade de fornecer dados mais precisos sobre a resposta humana a novos medicamentos, esses dispositivos podem reduzir o tempo e o custo da pesquisa farmacêutica.

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