A primavera começa oficialmente no domingo (22), com a ocorrência do equinócio. O fim do inverno e a mudança de estação coincidem com novas tendências para o tempo e para o clima nas mais diferentes regiões do Brasil, como veremos a seguir. No entanto, esta temporada será marcada pela chegada, ainda que “tímida”, da La Niña, o que deve bagunçar as previsões. Novas ondas de calor estão previstas para os próximos meses, enquanto chuvas fortes devem ocorrer no Norte e no Nordeste.

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“A previsão é de que a La Niña comece, agora, no mês de outubro. Então, devemos fechar o inverno ainda com [um período de] neutralidade e, a partir do mês que vem, os modelos internacionais, especialmente o da NOAA [agência dos EUA], já indicam o início do fenômeno”, afirma Willians Bini, meteorologista e consultor, em entrevista ao . Tudo ocorre após um El Niño bastante significativo em termos de intensidade.

Segundo o especialista em meteorologia, a La Niña não será muito forte e terá curta duração, indo até março do ano que vem. Independentemente disso, o período mais úmido e de chuvas no Brasil ocorrerá sobre o impacto do fenômeno que resfria as águas do Oceano Pacífico.


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Diferença entre La Niña e El Niño

Para entender o impacto da La Niña no Brasil, é preciso compreender este fenômeno junto ao El Niño, já que são complementares. Ambos compõem o ciclo natural de aquecimento e resfriamento das águas do Oceano Pacífico, na região equatorial. Entretanto, não seguem um padrão bem definido em termos de duração.

La Niña é um fenômeno natural que causa o resfriamento das águas do Pacífico próximas da Linha do Equador, afetando o Brasil (Imagem: Jesse Allen/NASA Earth Observations)

“Diferente das estações do ano, em que você tem muito claro o período quente e o período frio, por conta da questão astronômica [a translação que a Terra faz em volta do Sol]. No caso do El Niño e da La Niña, a duração e a intensidade dos fenômenos nunca se repetem”, pontua Bini. Assim, é incorreto pensar que cada um deles dura exatos dois anos, por exemplo.

Sem formas simples de definição, os cientistas precisam monitorar constantemente as variáveis, como as temperaturas das águas do Pacífico, para estabelecer os dois fenômenos. No El Niño, há o aquecimento, enquanto que, durante a La Niña, a tendência é de resfriamento. De forma conjunta, são usadas modelagens para projetar a duração de aquecimento ou de esfriamento.

Impacto da La Niña no Brasil

Normalmente, a La Niña está relacionada a volumes de chuvas maiores para o Norte e o Nordeste do Brasil e uma menor tendência de chuvas no Sul, quando se analisa os efeitos clássicos do fenômeno que surge no Pacífico.

No entanto, “as mudanças climáticas têm feito com que os padrões de atuação do El Niño e da La Niña não sejam tão claros e nem tão objetivos”, comenta o meteorologista. Isso demanda um monitoramento mais constante das variáveis e aumenta o nível de complexidade de decisões estratégicas em termos de negócios, especialmente na agricultura. 

Previsão do tempo para a Primavera

Mesmo com a La Niña com menor intensidade e até tímida, os modelos indicam que, na região Norte, o fenômeno deve contribuir para um cenário de mais chuvas. A previsão é bastante positiva, considerando que a área está sofrendo com a seca, os baixos níveis de água nos rios, a dificuldade de navegabilidade e toda uma série de problemas que afetam a cadeia de suprimentos. 

La Niña deve aumentar chuvas no Norte e no Nordeste, mas pode reduzir no Sul do Brasil (Imagem: Erik Witsoe/Unsplash)

“Até novembro e dezembro devemos ter chuvas acima da média no Norte e no Nordeste, revertendo esse cenário de muita seca”, comenta Bini. Por outro lado, “os modelos indicam que, entre dezembro e janeiro, a região Sul do Brasil pode ter chuvas abaixo da média, uma característica da La Niña, também”, complementa.

No caso do Sul, o efeito colateral será negativo, já que afeta diretamente a agricultura em locais críticos, como o Rio Grande do Sul — por lá, ainda se enfrenta os danos causados pelas grandes enchentes e inundações do começo deste ano. 

Agora, na região Central do Brasil, a previsão é que as chuvas ocorram dentro da média, com alguns eventos mais intensos de chuva nos litorais de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Ondas de calor no Brasil

“Outro cenário bastante preocupante é essa escalada de calor que vem acontecendo no Brasil e no mundo”, alerta o especialista. “Os modelos indicam que, apesar de ser um período de La Niña, onde normalmente a atmosfera fica um pouco mais fria, nós vamos ter, ao longo da primavera e do verão, temperaturas em média acima do normal”, destaca.

“O calor vai continuar e as ondas de calor vão continuar”, reforça Bini. Isso poderá ter impacto tanto na agricultura quanto na geração de energia, lembrando que, em relação à questão energética, o Brasil depende bastante das usinas hidrelétricas. 

O governo já discute internamente a possibilidade da volta do horário de verão para economizar energia em um cenário de possível crise hídrica. O cenário também dificulta o controle das queimadas e dos incêndios florestais, contribuindo para a seca e para a baixa qualidade do ar.

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