E se fosse possível criar um telescópio ainda mais poderoso que aqueles já existentes sem nem usar uma lente? Saiba que o Sol poderia se transformar em um instrumento destes — e o astrofísico Paul Sutter explica como. 

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Claro, nosso Sol está longe de ser uma lente tradicional ou um espelho, que são elementos essenciais para  os telescópios. Por outro lado, o astro é o objeto mais massivo do Sistema Solar. 

“Embora o Sol possa não parecer com uma lente ou espelho tradicional, ele tem muita massa. E na Teoria da Relatividade Geral de Albert Einstein, objetos massivos distorcem o espaço-tempo ao seu redor”, explicou Sutter. A colocação também vale para o Sol: qualquer raio de luz que se aproximar do nosso astro é desviada por esta distorção. 


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Isso significa que, ao invés de seguir em linha reta, este raio de luz viaja em direção a um ponto focal junto com qualquer outro que passe pelo Sol. Este efeito é conhecido como “lente gravitacional”, e é usado pelos astrônomos para estudos de objetos distantes, como galáxias.

Esquema de como seria se o Sol servisse de lente gravitacional (Imagem: Reprodução/NASA)

Quando a luz delas passa por algum aglomerado galáctico, a massa ali é tanta que ela amplia a imagem ao fundo, permitindo que os astrônomos consigam observar muito mais longe do que seria possível normalmente. Já a lente gravitacional “solar” poderia proporcionar resolução incrível. “Seria como se tivéssemos um telescópio com espelho da largura do Sol”, descreveu.

Para isso, um instrumento posicionado no ponto focal adequado poderia observar a distorção causada pela gravidade do Sol, permitindo observações do universo em resolução um milhão de vezes maior que aquela dos radiotelescópios da rede Event Horizon — aqueles que capturaram a primeira foto de um buraco negro.

A má notícia é que a tarefa não seria nada fácil. O ponto focal mencionado ficaria a uma distância equivalente a 11 vezes aquela que nos separa de Plutão, e três vezes maior que aquela alcançada pela Voyager 1, a sonda mais distante já lançada pela humanidade.

Também seria necessário que tal espaçonave tivesse combustível suficiente para se manter no local, mas também para se mover. “As imagens criadas pela lente gravitacional solar estariam espalhadas por dezenas de quilômetros no espaço, então a espaçonave teria que escanear a área inteira para construir um mosaico completo”, acrescentou ele. 

E, afinal, o que este supertelescópio poderia nos revelar? “Se fosse apontado para Proxima b, o exoplaneta conhecido mais próximo, por exemplo, ele forneceria uma resolução de 1 quilômetro”, sugeriu o astrofísico. Portanto, a lente poderia revelar os detalhes na superfície de exoplanetas a até 100 anos-luz. “O telescópio já existe — precisamos só colocar uma câmera na posição certa”, finalizou Sutter.

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