As ondas de rádio dos satélites Starlink, da SpaceX, continuam afetando observações do universo. Segundo pesquisadores do Instituto de Radioastronomia da Holanda (ASTRON), os Starlink da nova geração vêm causando mais interferências em radiotelescópios do que seus antecessores. 

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Os satélites Starlink oferecem internet de alta velocidade e baixa latência a usuários em todo o mundo, inclusive no Brasil. No entanto, os autores explicam que os milhares de satélites da SpaceX na órbita da Terra deixam os radiotelescópios “cegos”, afetando pesquisas astronômicas. 

“A cada vez que mais deles são lançados com esse nível de emissões, vemos menos e menos do céu”, explicou Jessica Dempsey, diretora do ASTRON. Segundo ela, as emissões dos satélites vêm afetando observações de jatos disparados por buracos negros, galáxias a milhões de anos-luz, exoplanetas e mais. 


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De acordo com os autores, as interferências causadas pelos satélites V2, da segunda geração, são 32 vezes mais fortes que as da primeira — Dempsey ressaltou que a radiação é tanta que ultrapassa os limites estabelecidos pela União Internacional de Telecomunicações. 

Rastro em observação da galáxia Andrômeda deixado por satélite Starlink (Imagem: Reprodução/Caltech Optical Observatories/IPAC)

Galáxias distantes, planetas e outros objetos emitem luz que pode ser captada por instrumentos como os radiotelescópios. Só que, ao observar estes astros, os cientistas vêm encontrando também a radiação indesejada de quase todos os satélites Starlink da V2, que se mostraram quase 10 milhões de vezes mais brilhantes que as fontes de luz mais fracas observadas no universo.

Portanto, é como comparar as estrelas menos brilhantes visíveis a olho nu ao brilho da Lua cheia. “Como a SpaceX lança 40 satélites Starlink de segunda geração a cada semana, o problema está ficando cada vez pior”, alertou Cees Bassa, autor que liderou o novo estudo. Além disso, os satélites causam também poluição luminosa capaz de interferir nas observações dos telescópios ópticos. 

Os astrônomos já levaram à SpaceX as preocupações geradas pela primeira geração de satélites, e a empresa adotou medidas para mitigar os problemas; no entanto, as interferências se mostraram ainda mais fortes com os V2.

“Na verdade, isso está ameaçando toda a astronomia terrestre em todos os comprimentos de onda e de diferentes maneiras. Se continuar, sem o tipo de mitigação para tornar esses satélites silenciosos, isso se tornará uma ameaça existencial para os tipos de astronomia que fazemos”, finalizou Dempsey.

O artigo que descreve as descobertas foi publicado na revista Astronomy and Astrophysics

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