Microplásticos encontrados no bulbo olfatório sugerem que as vias respiratórias são uma rota em potencial para a entrada de partículas plásticas no cérebro. É o que revela um estudo publicado nessa semana no periódico científico JAMA Network.

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Bulbo olfatório esta representado pela estrutura em amarelo na imagem da esquerda e, na imagem da direita, pela estrutura destacada em vermelho.
Bulbo olfatório esta representado pela estrutura em amarelo na imagem da esquerda e, na imagem da direita, pela estrutura destacada em vermelho. Reprodução/Wikipedia

Tendo como principal autor o brasileiro Luís Fernando Amato-Lourenço, engenheiro ambiental e doutor em ciências pelo departamento de patologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP), a pesquisa mostra que pequenos fragmentos e fibras de plástico se alojaram no cérebro, na parte responsável pelo olfato. 

A pesquisa

Foram analisados 15 cadáveres de pessoas que residiam na cidade de São Paulo há, pelo menos, cinco anos. A autópsia revelou que, dentre todos, oito indivíduos tinham microplásticos alojados no tecido do bulbo. 
O exame do tecido dessa região do cérebro identificou 16 partículas e fibras de polímero, (75% partículas e 25% fibras). O polímero mais comumente detectado foi o polipropileno (43,8%).
Os achados do estudo reforçam a necessidade de mais aprofundamento no tema, uma vez que os principais riscos envolvem:

  1. Neurotoxicidade, que é quando ocorre uma mudança na estrutura ou na função do sistema nervoso, e
  2. penetração da barreira hematoencefálica, que é “uma estrutura que tem a função de regular o transporte de substâncias entre o sangue e o sistema nervoso central”, segundo o Instituto de Ciências Biomédicas da USP.

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