O Banco Central do Brasil publicou um relatório sobre o gasto do brasileiro com casas de apostas (as famosas bets) e sites de jogos de azar no país durante o mês de agosto. O documento informa que pessoas que são beneficiárias do programa social Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões via Pix para empresas do segmento.

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O BC estima que 24 milhões de pessoas participaram de apostas online com pelo menos uma transferência via Pix no mês passado — destes, 5 milhões pertencem a famílias que têm direito ao benefício do programa. 

Considerando que o gasto médio do Governo Federal com o Bolsa Família é de R$ 14,1 bilhões por mês (com base no valor total do orçamento da União), a quantia representa cerca de 20% do total: é como se a cada R$ 5 pagos pelo benefício, R$ 1 fosse direcionado para as bets.


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Ao todo, mais de R$ 20 bilhões foram gastos com os sites de apostas e jogos de azar somente pelo Pix e 15% do total seriam retidos pelas empresas. O BC ainda destaca a dificuldade de monitorar todos os dados, já que muitos dos 56 sites pesquisados não estão adequadamente classificados no setor econômico do ramo: para identificá-los, considerou citações na internet e filtros de transferências normalmente associadas às apostas.

A análise técnica foi um pedido do senador Omar Aziz (PSD-AM) para avaliar e mensurar o mercado do segmento no Brasil. O relatório ainda aponta que a maioria dos apostadores têm entre 20 e 30 anos, com gasto médio mensal de R$ 100. As pessoas com mais de 60 anos são minoria, mas gastam mais: a estimativa é de uma despesa de R$ 3 mil por mês com apostas.

Brasileiros gastaram R$ 20 bi por mês em apostas online somente pelo Pix (Imagem: Bruno Peres/Agência Brasil)

Preocupação com famílias de baixa renda

A nota do BC endossa uma tese crescente de que as famílias de baixa renda são muito prejudicadas pelos gastos com apostas esportivas. “É razoável supor que o apelo comercial do enriquecimento por meio de apostas seja mais atraente para quem está em situação de vulnerabilidade financeira”, informa o Banco, que também reforça que precisa de mais dados e tempo para compreender as implicações da atividade para toda a população.

Um estudo publicado no mês passado pela empresa de consultoria PwCindica que o gasto com bets ocupa uma parcela cada vez maior do orçamento familiar, principalmente em famílias com renda de até três salários mínimos por mês, afetando até os gastos com alimentação.

Governo vai regulamentar bets em 2025

O Ministério da Fazenda prepara um conjunto de leis e regras para regulamentar as empresas de apostas que queiram operar no país a partir de janeiro de 2025. Entre as principais diretrizes, as bets precisarão ganhar uma certificação de um órgão independente, reforçar que a atividade não pode ser feita para ganhos financeiros, limitar a publicidade e hospedar os sites no domínio “bet.br”.

A pasta, inclusive, já recebeu pedidos de autorização de empresas e vai bloquear os sites que não enviaram nenhuma documentação a partir do mês de outubro.

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