PCs equipados com chips que trazem NPU para tarefas de inteligência artificial (IA), a exemplo dos SoCs Qualcomm Snapdragon X, têm aparecido aos montes. Eles estão sendo adquiridos por consumidores finais, mas o que pesa para a decisão de compra de qualquer PC novo não é a IA. É o que aponta o IDC Research.
No cenário atual, notebooks preparados para IA, principalmente dentro da categoria Copilot+, são equipados com processadores que pertencem a uma das seguintes famílias de chips:
- Qualcomm Snapdragon X Plus e Snapdragon X Elite
- AMD Ryzen AI 300
- Intel Core Ultra 200V (Lunar Lake)
Todos os processadores dessas linhas contam com uma NPU (Unidade de Processamento Neural) de 40 TOPS ou mais (1 TOPS corresponde a 1 trilhão de operações por segundo) e, portanto, estão aptos a executar determinadas tarefas de IA de modo nativo, dependendo pouco ou nada de serviços nas nuvens.
Mas Jitesh Ubrani, gerente de pesquisa da divisão Worldwide Mobile Device Trackers do IDC, aponta que os consumidores ainda não entenderam totalmente a importância de uma NPU.
Há aqueles que sabem que esse tipo de componente é importante em aplicações de inteligência artificial. O problema é que, pelo menos no PC, a IA ainda não provou a que veio. “Embora a IA venha sendo uma palavra da moda, ela ainda não é um fator de decisão entre os compradores de PCs”, afirma Ubrani.
Nem precisamos fingir surpresa. Na atualização 24H2 do Windows 11, a ser liberada nas próximas semanas, a Microsoft incluirá um conjunto de recursos de IA no sistema operacional, especialmente no âmbito do Copilot. Mas nenhum parece ser algo que fará a diferença no dia a dia do usuário.
Entre esses recursos poderão estar um criador de imagens para o Paint e o polêmico Recall, que faz capturas de tela de ações no Windows 11, criando um histórico organizado em uma linha do tempo para permitir que o usuário recupere informações consultadas ou criadas anteriormente.
São recursos interessantes, mas nenhum deles parece ser indispensável, pelo menos até o momento.
Venda de PCs está estável
O IDC prevê que 2024 terminará com 261 milhões de PCs comercializados no mundo todo. Essa número representa um aumento de apenas 0,3% nas vendas em relação a 2023, portanto, indica que o mercado está estável. Esse não é um cenário excelente, mas também não é algo que represente uma crise.
Não há informação sobre qual parte desse volume consiste em PCs com IA, mas sabe-se que essa proporção é bem modesta. A categoria deve apresentar crescimento em vendas, mas no médio ou longo prazo.
No entendimento do IDC, a América do Norte, países da Europa Ocidental e mercados asiáticos, como o Japão, devem liderar a adoção de PCs com IA nos próximos meses. Mas isso porque os consumidores precisam de novos computadores, não necessariamente porque eles fazem questão de máquinas com NPU.
Um fator que deve contribuir para isso é o fim do suporte ao Windows 10 pela Microsoft, marcado para outubro de 2025. Essa situação pode servir de incentivo para a compra de computadores novos, visto que máquinas antigas com o Windows 10 não são compatíveis com o Windows 11.
Consumidores estão comprando novos PCs, mas não por causa da IA
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