A urna eletrônica é o sistema utilizado para computar votos nas eleições brasileiras desde os anos 1990. Com diversas camadas de segurança e auditorias para garantir a integridade do processo, o equipamento oferece uma interface simples para o eleitor escolher seus candidatos com facilidade. A seguir, entenda como funciona a tecnologia e tire suas dúvidas.

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Como funciona a urna eletrônica

A urna eletrônica é uma espécie de computador com foco na coleta de votos, instalada em uma cabine isolada para garantir o sigilo da votação. O equipamento é simples e utilizado pelo eleitor através de um teclado numérico acompanhado pelos botões “Branco”, “Corrige” e “Confirma”.

Sua operação ocorre após a liberação do mesário, que confere a documentação ou faz a identificação biométrica do eleitor. A partir desse momento, o sistema pergunta a numeração dos candidatos, que deve ser digitada no teclado numérico e enviada com a tecla “Confirma”.


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Também é possível anular o voto ao inserir uma numeração inexistente, como “00”, ou manifestar nenhuma preferência pelos candidatos ao apertar o botão “Branco”.

Em 2024, a urna eletrônica terá a seguinte ordem de cargos:

  1. Vereador (cinco dígitos);
  2. Prefeito (dois dígitos).

Ao escolher as duas opções, o equipamento emite o aviso “FIM” para informar que a votação foi concluída.

Foto de uma urna eletrônica com o aviso
Aviso “FIM” é exibido ao finalizar a votação (Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Qual é o sistema operacional da urna eletrônica?

A urna eletrônica conta com uma distribuição Linux, conhecida como “Uenux”. Esse software é utilizado desde 2008 e possui código aberto, um facilitador para processos de auditoria. Além disso, o sistema operacional funciona apenas com o hardware da urna e tem apenas os recursos necessários para a votação. 

A urna eletrônica é segura?

Sim. Segundo um artigo publicado no site do TSE, a Justiça Eleitoral utiliza sistemas de segurança modernos para garantir a “integridade, a autenticidade e, quando necessário, o sigilo”. Além disso, as soluções são colocadas à prova em testes de segurança, com auxílio de auditorias, para averiguar se há alguma falha que deve ser resolvida antes das eleições.

“A urna eletrônica é utilizada desde 1996 e nunca houve nenhuma fraude comprovada pelos órgãos oficiais. Ela não fica ligada à internet e o sistema eletrônico não tem comunicação com nenhuma rede durante o processo de votação”, informa o Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

Outros mecanismos de verificação são realizados para garantir a integridade. É o caso da Cerimônia de Votação Paralela, que faz uma bateria de testes na véspera do dia da votação, e do Boletim de Urna, um documento impresso pelo equipamento ao fim do pleito para conferir os dados registrados na apuração disponível no site do TSE.

No dia da eleição, a urna também emite a zerésima, um relatório que mostra todos os dados registrados, antes da abertura das zonas eleitorais. Esse documento atesta que não há votos computados e que todos os candidatos constam no cadastro do equipamento.

O sistema ainda conta com mecanismos de criptografia e assinatura digital, que ajudam a manter a camada de segurança. Assim, ao tentar executar algum software não autorizado, por exemplo, um bloqueio é acionado para impedir o uso indevido do equipamento.

Além disso, a urna opera desconectada da internet e de qualquer outra rede, a fim de impedir ataques remotos, como invasões por hackers. O processo eleitoral também conta com a identificação biométrica e um sistema de armazenamento em duas mídias para evitar perda de dados em caso de problemas.

Cabe ressaltar que o voto é secreto e apenas o resultado geral, sem identificação dos eleitores, é computado pelo sistema do TSE. 

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Como a apuração é feita?

A urna opera de maneira isolada, sem conexão com redes cabeadas ou sem fio. Assim, a Justiça Eleitoral utiliza mídias removíveis com assinatura digital para transmitir dados e coletar os resultados das urnas para fazer a apuração.

Os dados com resultados eleitorais são recolhidos por um pendrive quando se encerra a votação, às 17h no horário de Brasília. Depois, as informações são levadas para o TRE para que os votos sejam computados no sistema da Justiça Eleitoral para a disponibilização do resultado público.

Assim como as urnas, os servidores do TSE e dos TREs também contam com uma camada extensa de segurança para evitar as tentativas de adulteração dos votos.

“O término da votação é feito pelo presidente da seção eleitoral, utilizando senha própria. Em seguida, ele emite o Boletim de Urna (BU) da seção, que corresponde ao relatório impresso em, no mínimo, cinco vias pela urna eletrônica”, explica o TSE ao mencionar o documento de auditoria que computa os resultados e dados da urna. 

Os boletins impressos também são fixados em paredes das respectivas seções eleitorais, em locais visíveis, para o eleitor e representantes de partidos políticos terem acesso aos dados das urnas após o encerramento.

Assim, é possível auditar os votos em conjunto com outros recursos oferecidos pela Justiça Eleitoral.

Foto da mídia removível de resultados das urnas eletrônicas
Mídia de resultado é levada ao TRE após o fim da votação (Imagem: Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Por que o Brasil usa urna eletrônica?

De acordo com a Justiça Eleitoral, a adoção da urna eletrônica é uma resposta às fraudes que ocorriam “desde os tempos do Império”. A implantação ocorreu para conferir mais segurança e confiança ao processo eleitoral no Brasil.

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