Em 11 de outubro de 1999, há exatos 25 anos, a NVIDIA lançou o que seria considerado um divisor de águas para a tecnologia gráfica e o futuro dos jogos: a GeForce 256. Mais do que apenas uma placa de vídeo, ela inaugurou um novo conceito, tanto no hardware quanto na própria nomenclatura da indústria, ao introduzir o termo GPU.

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Antes desse marco, placas de vídeo eram vistas apenas como acessórios para renderizar imagens e gráficos em duas dimensões, sem capacidade para processar transformações ou iluminação em 3D, tarefas ainda muito dependentes da CPU. A GeForce 256 revolucionou ao integrar um processador específico para essas funções, permitindo que os processadores se concentrassem em outras operações. Isso marcou o início de uma nova era, na qual a demanda por gráficos complexos e realistas passou a ser atendida por uma tecnologia desenvolvida exclusivamente para essa finalidade.

Com a introdução da GeForce 256, o Time Verde não só se estabeleceu como uma das principais empresas do mercado de tecnologia, mas também pavimentou o caminho para a indústria de jogos de PC evoluir para um novo patamar de realismo e desempenho. Em seus 25 anos de legado, a primeira GPU do mundo e suas sucessoras transformaram o cenário do PC gaming e da computação gráfica no geral.


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Como a GeForce 256 foi criada?

A criação da GeForce 256 foi um passo audacioso da NVIDIA, uma empresa que até então estava tentando se consolidar no mercado de placas de vídeo. A tecnologia base do modelo veio da experiência adquirida com as linhas RIVA 128 e RIVA TNT, que ajudaram a companhia a conquistar parcerias estratégicas com empresas como a Diamond Multimedia, conhecida por suas placas de vídeo voltadas ao mercado gamer.

GeForce 256 deu início à era das GPUs voltadas para processamento gráfico 3D e colocou a NVIDIA no mapa das maiores empresas de tecnologia (Foto: Reprodução/Hyins)

Até então, as placas de vídeo eram dispositivos que serviam quase exclusivamente para exibir gráficos em alta resolução, mas sem o poder de processamento para lidar com elementos complexos, como cálculos de iluminação ou transformações geométricas.

A NVIDIA percebeu que a demanda por gráficos 3D estava aumentando à medida que jogos como Quake e Unreal começavam a exigir mais dos PCs dos usuários. As CPUs da época, apesar de poderosas, não eram suficientes para sustentar essa nova necessidade por gráficos tridimensionais de maneira eficiente. A solução foi desenvolver um componente capaz de lidar com esse tipo de workload de forma dedicada, tirando essa responsabilidade do processador. Assim, nasceu a GeForce 256, que integrava funções de transformação, iluminação e renderização em um único componente, inaugurando uma nova categoria de hardware: a GPU.

A GeForce 256 consolidou o papel das placas gráficas como peças fundamentais nos PCs, não mais como um complemento, mas como o coração do processamento visual, essencial para os jogos da época e aplicações que demandavam grande poder gráfico.

Como a GeForce 256 mudou os games?

A GeForce 256 trouxe ao mundo inovações tecnológicas que mudaram para sempre a experiência de jogo no PC. Entre os principais avanços estavam os recursos de Transform e Lighting (T&L).

O sistema T&L calculava a posição dos objetos em um ambiente 3D (transformação) e como a luz interagia com essas superfícies (iluminação). Isso possibilitou uma renderização de cenas mais detalhadas e realistas, criando sombras e efeitos de luz muito mais precisos.

Antes da GPU da NVIDIA, essas funções de cálculo de iluminação e transformações geométricas eram responsabilidade da CPU e impossíveis de serem realizadas em tempo real. Justamente por isso víamos muitos jogos em FMV e point&click nos computadores da época.

GeForce 256 surgiu em uma época em que jogos como Quake 3 e Unreal Tournament exigiam muito processamento gráfico 3D das CPUs (Imagem: Divulgação/NVIDIA)

Porém, com a GPU assumindo essas tarefas, o desempenho gráfico melhorou drasticamente e títulos como Quake III Arena e Unreal Tournament puderam se beneficiar de gráficos mais realistas e fluidos, com uma taxa de quadros muito superior à oferecida por placas anteriores.

Além disso, a GeForce 256 foi a primeira placa de vídeo a adotar memória DDR (Double Data Rate), um recurso que permitia transferir o dobro de dados em relação às memórias Single Data Rate (SDR) anteriores. Isso impactou diretamente no desempenho da GPU, aumentando a capacidade de processar grandes volumes de dados gráficos com maior rapidez, o que resultava em uma experiência de jogo mais suave e detalhada.

O futuro das GPUs

Ao longo dos anos, a NVIDIA continuou a inovar e a evoluir suas GPUs, expandindo suas aplicações muito além dos jogos. Hoje, a companhia enxerga um futuro onde as GPUs terão um papel cada vez mais central na inteligência artificial (IA) e não apenas no processamento gráfico tradicional. Com tecnologias como o DLSS (Deep Learning Super Sampling) e o NVIDIA ACE, a empresa vem utilizando IA para melhorar não só a performance gráfica, mas também a usabilidade e experiência de gameplay, permitindo que os jogos rodem com maior eficiência e realismo sem demandar tanto das máquinas dos usuários.

Nos últimos anos, a companhia tem focado em integrar IA em suas GPUs, lançando produtos como a série GeForce RTX, que utiliza ray tracing em tempo real, proporcionando gráficos mais realistas com o auxílio de algoritmos inteligentes. Outro exemplo é o Frame Generator, que, por meio de IA, gera quadros adicionais para aumentar a fluidez visual sem comprometer o desempenho.

A transição da NVIDIA para IA está em constante aceleração. Lançamentos como o NVIDIA Omniverse, plataforma que integra simulações em 3D e colaboração virtual, e o foco em desenvolver chips para supercomputadores com aplicações em pesquisa de IA, mostram que o futuro da empresa está cada vez mais distante dos jogos.

Nos próximos 10 anos, a empresa aposta em uma revolução tecnológica onde as GPUs estarão mais conectadas à IA do que a gráficos, e isso poderá acabar com as placas de vídeo como as conhecemos hoje, substituindo-as por componentes ainda mais inteligentes e integrados.

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