Qual é o naufrágio mais famoso do mundo? A resposta com certeza é o naufrágio do RMS Titanic, que, no entanto, a maioria das pessoas não-bilionárias só consegue ver em filmes e documentários — ele só é acessível diretamente via submersíveis de mar profundo ou vídeos captados por veículos operados remotamente (ROV).
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Há muitos, no entanto, que podemos ver mais facilmente, precisando só do computador e do Google Earth, o aplicativo que registra fotos de satélite de todo o mundo e pode ser conferido do conforto de casa. Confira 10 dos naufrágios mais interessantes e disponíveis para visitação virtual na plataforma, incluindo um brasileiro!
MV Captayannis
A embarcação mercante MV Captayannis, também chamada de “Sugar Boat” (“Barco do Açúcar”, em tradução livre), naufragou em 27 de janeiro de 1974 no rio Clyde, na Escócia. O navio era registrado na Grécia e carregava açúcar puro do leste africano a uma refinaria em Greenock.
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Ele foi, então, atingido por ventos de 96,6 km/h, que arrastaram a âncora e o deixaram à deriva. Mesmo ligando os motores, a tripulação não conseguiu evitar a colisão contra as correntes de um petroleiro da companhia BP, que abriu um buraco no casco.
A equipe conseguiu levar o navio até um banco de areia, onde adernou (virou de lado) e lá ficou. Alguns de seus materiais foram levados por saqueadores, mas os destroços do navio ainda são visíveis, não sendo retirados por não atrapalhar o tráfego naval local.
MV Plassy
Construído em 1940, o MV Plassy levava cargas comerciais entre a Irlanda e a Europa Continental, fazendo transporte não regular, no entanto. Foi numa viagem doméstica, no entanto, entre Fenit e Galway, em 1960, que a embarcação sofreu com fortes chuvas e vento e encalhou em Finnis Rock, enchendo o navio de água e lançando a tripulação contra o teto.
Os tripulantes foram auxiliados para fora pela população local, conseguindo empregos em outros locais, já que o navio não pôde ser salvo. A vista do navio naufragado é uma dos mais impressionantes de se ver, já que, atualmente, fica consideravelmente longe da costa.
SS Benwood
Um dos aspectos mais curiosos desse naufrágio é a sua causa. O navio a vapor norueguês SS Benwood, com 110 metros, era registrado como um cargueiro mercante quando foi construído, em 1910. Durante a Segunda Guerra Mundial, no entanto, a ameaça dos submarinos alemães (U-boats) fez com que a tripulação o armasse com 12 rifles, um canhão de 10 cm, seis cargas de profundidade e 36 bombas.
Em 9 de abril de 1942, a embarcação viajava entre Tampa, na Flórida, e Norfolk, na Virgínia, ambos estados americanos, levando fosfato, quando um rumor de submarinos patrulhando o local fez com que a equipe desligasse todas as luzes.
Outro vapor, o Robert C. Tuttle, não viu o SS Benwood e colidiu, adernando a embarcação mais antiga. Ela acabou virando um alvo de treinamento após a guerra e teve parte da carga recuperada, virando um local popular para mergulhadores.
Altair
O Altair é um navio naufragado no sul do Brasil, logo abaixo da cidade gaúcha de Rio Grande. Uma forte tempestade o encalhou em 1976, e a embarcação acabou sendo saqueada e abandonada. Muitos animais marinhos habitam os destroços atualmente, e a praia local é famosa pela pesca e esportes náuticos como o surfe, além do local turístico do naufrágio.
USS Utah
O USS Utah foi afundado em 1941, durante o ataque japonês a Pearl Harbor, no Havaí. Bombardeiros B5N2 Kate acabaram matando 64 tripulantes, e 58 deles ficaram sepultados no próprio navio, já que foi impossível recuperar os corpos.
Navio da classe Dreadnought, ele não era ativo, mas sim auxiliar, e foi bombardeado sem querer, já que se pensou ser um navio ativo de guerra a partir da vista dos tripulantes do avião japonês, o que chegou a enfurecer seus superiores.
SS Maheno
O SS Maheno era um navio de passageiros convertido em hospital flutuante pela Nova Zelândia durante a Primeira Guerra Mundial, retornando à função de transporte após o conflito.
Vendida para uma companhia de ferro-velho japonesa de Osaka em 1935, a embarcação nunca chegou a ser entregue, já que um ciclone cortou a comunicação entre ela e o navio que a rebocava, o OOnah. Ela foi encontrada naufragada com a tripulação três dias depois, na Austrália, na costa de Queensland.
Cemitério de navios
Na ilha de Staten, em Nova York, Estados Unidos, há uma espécie de cemitério de navios, criado “acidentalmente”. O proprietário de uma empresa de equipamentos marinhos John J. Witte não desmantelava nenhum dos navios que ancorava em sua propriedade a menos que sua sucata fosse comprada por alguém, e as embarcações começaram a se acumular.
Em 1930, a empresa já tinha mais barcos do que conseguia desmontar, alguns anteriores à Primeira Guerra Mundial. Muitos deles acabaram abrigando vida marinha, e, atualmente, leis ambientais garantem que os restos permaneçam intocados, hoje com centenas de cascos abandonados. Witte faleceu em 1980.
SS Palo Alto
O cargueiro de concreto SS Palo Alto foi construído para enfrentar as Potências Centrais durante a Primeira Guerra (Alemanha, Áustria-Hungria, Império Otomano e Bulgária), mas não conseguiu entrar no conflito, que terminou antes que ele pudesse lutar. Como o aço estava escasso, 24 navios americanos foram construídos de ferro e concreto e apenas reforçados com aço.
Feito na Califórnia, o navio foi levado para a cidade de Aptos em 1929, e, no ano seguinte, um píer foi construído para que turistas conseguissem visitá-lo, já que acabou ficando abandonado no local. Materiais prejudiciais à natureza foram retirados da embarcação em 2006, mas ela continuou a sofrer erosão, sendo quebrada no meio em janeiro de 2017 por uma tempestade.
SS Francisco Morazan
Esse naufrágio não é no mar, mas sim no fundo do Lago Michigan, nos Estados Unidos, tendo encalhado por conta de uma tempestade de neve em 1960.
Holandês, o navio partiu de Chicago em 27 de novembro de 1960, levando 940 toneladas de carga, mas ventos de 64 km/h jogaram água a bordo, e a falta de visibilidade causada pela neblina e pela neve levaram a tripulação a naufragar na Ilha Manitou do Sul. A tripulação abandonou o navio, e, como os proprietários não o buscaram, ele virou o lar de cormorões e gaivotas.
São Cristóvão, o argentino
A cidade mais ao sul do mundo, Ushuaia, também guarda um naufrágio. É o St. Christopher, navio americano de reboque emergencial emprestado ao Reino Unido durante a Segunda Guerra e descomissionado após o conflito. Ele foi vendido a um homem em Buenos Aires em 1947, com o objetivo de virar uma embarcação de recuperação de objetos naufragados.
O navio acabou tendo problemas de motor e leme no Canal de Beagle, em Ushuaia, na Argentina, e acabou encalhando em 1957, ficando abandonado no local. Famoso pelas fotos tiradas desde então, seu combustível foi drenado em 2004 para evitar desastres ambientais.
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