A Embraer, por meio da subsidiária Eve Air Mobility, recebeu nesta terça-feira (15) financiamento de R$ 500 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para sua fábrica de veículos elétricos de decolagem e pouso vertical (eVTOL), popularmente conhecidos como “carros voadores”.
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Os recursos serão alocados para a nova fábrica da Eve em Taubaté, no interior de São Paulo, onde a empresa se prepara para iniciar a produção de seus eVTOLs. A expectativa é que, uma vez operante, a unidade fabril tenha capacidade para produzir até 480 carros voadores por ano, empregando cerca de 1.000 funcionários.
A Embraer diz já ter contrato com 30 clientes, que indicaram intenção de compra de 2.900 carros voadores. Se todos os pedidos forem atendidos, a companhia projeta receita de US$ 14,5 bilhões — equivalente a R$ 81,9 bilhões em conversão direta.
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Como Embraer conseguiu financiamento do BNDES?
O financiamento do BNDES à Eve Air Mobility foi viabilizado após um rigoroso processo de análise. Segundo o presidente do banco, Aloizio Mercadante, as condições impostas para a liberação dos recursos incluem a criação de empregos no Brasil, o desenvolvimento tecnológico local e a promoção da sustentabilidade.
O projeto da Eve, com foco em tecnologias verdes e futuro da mobilidade urbana, alinhou-se perfeitamente com as diretrizes estabelecidas pelo banco.
“Os financiamentos reforçam o compromisso do Governo de apoiar projetos inovadores da indústria brasileira, como a mobilidade aérea, que utiliza alta intensidade tecnológica”, disse Aloizio Mercadante, presidente do BNDES.
Essa, no entanto, não é a primeira vez que a Eve obtém uma linha de crédito significativa. Em 2022, a empresa já havia garantido financiamento de R$ 490 milhões, também pelo BNDES, que foi direcionado para o desenvolvimento inicial dos protótipos e da infraestrutura necessária para o projeto de carros voadores.
O novo aporte de R$ 500 milhões será utilizado principalmente para a instalação da fábrica e para acelerar a produção dos eVTOLs em escala industrial, ajudando a Eve a se consolidar como uma das principais companhias do mundo no setor de mobilidade aérea urbana.
“Este financiamento será fundamental para a instalação de nossa unidade de produção do eVTOL, que não será apenas a primeira do gênero no Brasil, mas também funcionará com energia limpa e renovável, em alinhamento com nosso compromisso com a sustentabilidade”, declarou o CEO da Eve, Johann Bordais.
Como é o carro voador da Embraer?
Exibidos pela primeira vez em maio, os carros voadores da Eve serão projetados para operar em áreas urbanas e periurbanas, com capacidade para até quatro passageiros, além de um piloto. Equipados com motores elétricos, os eVTOLs da Embraer prometem operação silenciosa e livre de emissões de carbono, característica fundamental para atender às crescentes exigências de sustentabilidade no transporte.
A autonomia de voo é de aproximadamente 100 quilômetros, o que os torna ideais para deslocamentos curtos em grandes centros urbanos, como entre aeroportos e áreas comerciais. Com velocidade de cruzeiro estimada em 240 km/h, os eVTOLs atenderão tanto a passageiros individuais quanto a empresas de transporte por aplicativo, oferecendo uma alternativa rápida e inovadora ao trânsito terrestre.
Operação dos voos
Os voos dos eVTOLs da Eve deverão ser operados em rotas pré-determinadas, conectando pontos estratégicos nas cidades, como centros financeiros, aeroportos e bairros residenciais de alta densidade.
A operação será integrada a plataformas de mobilidade aérea urbana, que farão a gestão dos voos, similar ao que ocorre atualmente com aplicativos como 99 e Uber. A previsão é que as operações comecem no Brasil em meados de 2026, logo após a fábrica de Taubaté iniciar suas atividades, e os voos tenham preço a partir de R$ 99.
Quanto custa cada carro voador da Embraer?
Cada unidade do carro voador da Embraer deverá custar entre US$ 3 milhões e US$ 4 milhões, variando conforme os equipamentos opcionais e a personalização dos modelos.
Embora o valor seja elevado, a expectativa é que o custo operacional por voo seja competitivo e democrático, especialmente para o transporte de passageiros que buscam soluções rápidas e eficientes em grandes centros urbanos.
Carro voador ainda precisa ser aprovado
Apesar dos avanços tecnológicos e do financiamento aprovado, o projeto de carros voadores da Eve ainda enfrenta desafios regulatórios. No Brasil, não existe uma regulamentação específica para eVTOLs, e a Embraer continua em tratativas com a Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para obter as aprovações necessárias. O processo envolve a definição de normas de segurança, infraestrutura de apoio nos aeroportos e helipontos, além de garantir a interoperabilidade com o espaço aéreo controlado.
Especialistas apontam que a regulação do setor será um dos principais obstáculos a serem superados nos próximos anos, não apenas no Brasil, mas em todo o mundo. No entanto, a Eve e a Embraer seguem confiantes de que, com o apoio dos governos e de empresas do setor, os eVTOLs poderão decolar em breve, abrindo um novo capítulo na história da aviação e da mobilidade urbana no Brasil.
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