O olfato humano opera muito mais rápido do que se pensava. É o que sugere um artigo publicado na revista científica Nature Human Behaviour na última segunda-feira (14). Para chegar a essa descoberta, os pesquisadores da University of Chinese Academy of Sciences contaram com 229 voluntários.
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O grupo de cientistas criou um aparelho no qual duas garrafas contendo aromas diferentes são conectadas a um suporte nasal com tubos de comprimentos diferentes. Esses tubos são equipados com válvulas que abrem quando a pessoa cheira.
A ideia da invenção é que dois aromas cheguem ao nariz em momentos ligeiramente diferentes durante uma única cheirada, com uma precisão de 18 milésimos.
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Para o estudo, os participantes foram apresentados a dois aromas: maçã e floral. Um aroma deveria chegar ao nariz cerca de 120 a 180 milésimos antes do outro. Os participantes foram então solicitados a cheirar o aparelho duas vezes e relatar se a ordem dos odores era a mesma ou tinha sido invertida.
A rapidez do olfato humano
A equipe descobriu que os participantes estavam corretos em 597 de 952 testes (63% das vezes), com resultados semelhantes quando outros 70 participantes realizaram os testes com odores semelhantes a limão e cebola.
Os resultados saíram melhor do que o esperado, mesmo quando dois odores chegaram ao nariz com apenas 40 a 80 milésimos de diferença.
De acordo com a equipe, esse intervalo foi cerca de dez vezes menor do que se pensava ser necessário para que os humanos discriminassem entre dois odores.
“Uma fungada em humanos normalmente dura de um a três segundos e é comumente considerada como produtora de uma tomada de longa exposição do ambiente químico que define o limite temporal da percepção olfativa. Mostramos por meio de testes psicofísicos que dois odorantes apresentados em uma ordem e seu reverso se tornam perceptualmente discrimináveis quando a assincronia do início do estímulo é de apenas 60 milésimos”, diz o estudo.
“Nossas descobertas demonstram que a percepção olfativa humana é sensível à dinâmica química dentro de uma única fungada e fornecem evidências comportamentais para um código temporal de identidade de odor”, conclui a pesquisa da Nature Human Behaviour.
O que se sabe sobre o olfato
Anteriormente, cientistas já tinham se surpreendido com esse sentido humano, e mostraram que a percepção do cheiro pelo cérebro funciona como notas musicais. Além disso, o cheiro pode influenciar a percepção visual do ser humano.
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