Já imaginou uma lua repleta de vulcões? Pois é, parece que uma equipe de astrônomos liderada por Apurva Oza, astrofísico do Instituto de Tecnologia da Califórnia, encontrou um mundo assim orbitando um planeta a 635 anos-luz da Terra.

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  • Esta pode ser a primeira exolua já descoberta pela humanidade
  • Possíveis luas detectadas ao redor de exoplanetas parecem não existir

 

A lua viaja ao redor de WASP-49b, um gigante gasoso um pouco maior que Júpiter. Ele fica na órbita da estrela WASP-49 e leva cerca de 2,8 dias terrestres para completar uma volta ao redor dela. 

Ao analisar este planeta, os cientistas perceberam que ele é coberto por uma nuvem de sódio consistente com atividade vulcânica. Como o planeta é gasoso, ele não pode ter vulcões; além disso, a nuvem não tem sincronia com o planeta, mas sim com a lua. 


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“Consideramos que essa é uma evidência realmente importante”, disse o astrofísico. “A nuvem está se movendo na direção oposta à que a física nos diz que ela deveria ir se fizesse parte da atmosfera do planeta”, acrescentou ele.

E, na verdade, não é de hoje que os astrônomos suspeitam dos vulcões na exolua (nome dado aos satélites naturais de planetas fora do Sistema Solar). Em 2017, um estudo sobre a atmosfera do planeta revelou que ele estava coberto por nuvens de sódio em altitudes muito maiores que aquelas das suas nuvens.

Depois, em 2019, Oza e seus colegas propuseram em um novo estudo que o sódio viria da lua, não do planeta. Tal lua seria parecida com Io, o mundo mais vulcanicamente ativo em nosso Sistema Solar. Desde então, a equipe seguiu coletando dados para confirmar a origem do gás.

Representação de uma possível lua vulcânica orbitando o exoplaneta WASP-49 b (Imagem: Reprodução/NASA/JPL-Caltech)

Através de modelos computacionais, a equipe concluiu que o sinal do gás é mais consistente com a lua vulcânica orbitando WASP-49b a cada oito horas, aproximadamente. Os cientistas acreditam que esta lua tem vulcões graças ao que já se sabe sobre Io, que deu “spoilers” dos mecanismos e processos por trás da atividade vulcânica.

Provavelmente, este satélite natural é puxado e esticado pela ação da gravidade do planeta e até por outras luas, caso existam. É o que acontece com Io e suas interações com Júpiter, bem como com suas demais vizinhas. 

A má notícia é que, como a lua está bem pertinho de WASP-49b, sua órbita deve decair em um período relativamente curto. Portanto, ela pode acabar caindo neste mundo. “Se realmente houver uma lua ali, ela vai ter um fim bem destrutivo”, finalizou Oza. 

O artigo com os resultados do estudo foi publicado na revista The Astrophysical Journal Letters

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