Vendida no Brasil desde 2023 em sua nova geração, a Ford Ranger foi a segunda picape média mais emplacada no país de janeiro a agosto (18.231 unidades), segundo dados oficiais da Fenabrave. Mas a Ford acredita que pode vender mais, daí a chegada da versão de entrada Ranger Black 2025 por R$ 220 mil.
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- Ford Ranger Black 2025 chega por R$ 220 mil para encostar na Hilux
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Com tração 4×2, motor 2.0 turbodiesel de 170 cv (a 3.500 rpm) e torque de 41,2 kgf/m (já a 1.750 rpm), câmbio automático de 6 marchas e suspensão traseira por eixo de torção, o modelo é mecanicamente mais simples que as versões intermediárias e de topo.
Mas no visual, traz muito da fórmula que tem dado certo com o público picapeiro mais urbano: detalhes escuros no exterior e dentro da cabine, santantônio e rodas de 18 polegadas, bancos com revestimento misto, mas com ajuste manual, telas digitais para painel de instrumentos e central de entretenimento, bandeja de recarga por indução e conexão sem fio para celulares, com ambiente Android Auto e Apple Carplay.
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Há ainda 7 airbags, câmera e sensor de ré, além de auxílio de rampa. Credenciais off-road e de carga permitem até 80 cm de imersão em água, como levar 1 tonelada ou 1250 litros na caçamba.
Crescer embaixo para encostar no topo
Atrás apenas da Toyota Hilux (31.771unidades), mas batendo a arquirrival Chevrolet S10 (16.450 unidades no período), a Ford acredita que está num patamar muito interessante com sua nova Ranger.
Dennis Rossini, gerente de marketing da Ford Brasil, gosta de citar outro dado: 3.026 unidades emplacadas em julho, “maior volume histórico de emplacamento da Ranger, sendo que desse total tivemos 2 mil unidades das versões de topo”.
Para o executivo, nenhuma picape média disponível no país vende tanto em suas versões mais caras e equipadas que a Ranger, levando o modelo a uma “participação histórica no mercado, com 25,1% de share e segunda posição consolidada”.
Rossini não fala abertamente em partir para cima da Hilux, que vende quase o dobro da Ranger atualmente. Mas diz que pode ganhar muita participação e chegar mais perto da líder, se atrair consumidores que buscam mais porte e tecnologia do que encontrados nos modelos intermediários, mas que não têm condição de pagar caro nas picapes média convencionais.
Derrubar intermediárias
Ou seja, a Ranger pode se dar bem no mercado se crescer na fatia inferior do segmento de picapes. Ali, a missão é derrubar vendas, sobretudo, de Fiat Toro (34.400 unidades este ano) e RAM Rampage (15.570 unidades), que agradaram completamente ao público.
“Estamos trazendo clientes de outras marcas, que antes tinham um perfil mais simples e que agora também estão querendo vir mais para o nosso lado”, afirmou Rossini, que ressalta a valorização de itens de série, bem como os 5 anos de garantia da Ranger, importante para o comprador que pensa em revender a picape após 1 ou 2 anos de uso.
“Isso para cliente de picapes é muito importante. Se não for a principal razão, está entre as top 3 razões para comprar picape, saber por quanto vai revender mais tarde, ter essa segurança de valorização ou de perder pouco valor”, concluiu.
Com a missão da Ford Ranger Black 2025 definida, vamos listar 5 rivais de mercado para a picape média de entrada:
1. Fiat Toro Ultra: R$ 212.990
Antes da chegada da Titano, era com a Toro que a Fiat se virava na competição com picapes maiores. E nunca foi um mau negócio: mesmo com construção de carro de passeio (monobloco), caiu no gosto do brasileiro pelo jeito de SUV, com capacidade de transporte de picape (1 tonelada na versão a diesel), além da possibilidade de ter tração integral.
Desde janeiro, a Toro já entregou 34.400 unidades, só perdendo para a picape pequena Fiat Strada. Ou seja, coloca até a Hilux no bolso. Só que custa caro (R$ 212.990) sem ter tanto espaço interno (4,94 m, por 3 m de entre-eixos e 1,84 m de largura), sobretudo nas versões mais equipadas como a Toro Ultra, com spoilers, santantônio, capota rígida para caçamba e motor 2.0 turbodiesel de 170 cv e 35,7 kgf/m, com câmbio automático de 9 marchas.
É neste tipo de produto que a Ranger Black mira, oferecendo maior capacidade de carga, espaço interno e altura do solo.
2. Fiat Titano Endurance
Primeira incursão da Fiat no segmento de picapes médias no Brasil, a Titano é importada do Uruguai e segue a receita básica de picape média, com visual robusto, motor de 2,2 litros, 4-cilindros a diesel, além da suspensão traseira por feixe de molas.
Só que o grande trunfo da Ranger Black é anular totalmente esse modelo, oferecendo mais estilo, itens de conforto, segurança e até mesmo câmbio automático, custando o mesmo que a versão de trabalho da Endurance, que é apenas manual e tem visual rústico. Embora a Titano básica seja mais potente (180 cv, 10 cv a mais), ela também é mais fraca (37,7 kgf/m, quase 5 kgf/m a menos).
Para começar a igualar a entrega, a Titano tem de subir à versão Volcano, que custa R$ 240 mil. Talvez sentindo o golpe, a Fiat desativou os preços no site oficial da Titano, pelo menos durante a produção desta reportagem.
3. RAM Rampage Rebel
O já publicou material explicando o sucesso absurdo da RAM Rampage no Brasil. De fato, compartilhar a base da Fiat Toro, mas com visual robusto típico da marca norte-americana, mais itens de série e os motores mais potentes do segmento são atrativos bem interessantes.
Tanto é assim que a Rampage já emplacou 15.569 unidades só em 2024, seguindo na cola da Ranger e também da S10. O 2.0 turbodiesel T4 Hurricane da Rampage gera 272 cv, com torque de 40,8 kgf/m, colocando praticamente um motor extra em cima do 2.0 da Ranger.
Aqui, a Ford ganha no preço, R$ 35 mil mais em conta diante dos R$ 255.990 da RAM Rampage, bem como com a garantia de 5 anos.
4, Toyota Hilux STD Power Pack
Nenhuma outra picape foi citada nominalmente em toda a apresentação da Ford Ranger Black, exceto a Toyota Hilux. Não houve menção a desbancar a líder do segmento de utilitários médios, claro, mas quando os executivos da Ford falam em ampliar vendas, bem como em oferecer mais equipamentos e mais tecnologia, é sempre tendo o modelo da marca japonesa, que também é fabricado na Argentina, como referência.
Aqui, o principal fator de vantagem da Ford está no pacote oferecido em relação ao preço. A Hilux custa mais de R$ 23 mil mais (R$ 243.790), com sua versão de trabalho, que tem rodas simples, direção hidráulica, tratamento acústico menos eficiente e poucos itens de conforto e conectividade. Se colocar câmbio automático, vai a R$ 251.390.
A vantagem da Hilux está no motor maior (2.8 turbodiesel), mais potente (204 cv, com 42,8 kgf/m), ainda que também possa consumir mais diesel. E, claro, na noção do cliente de mecânica consolidada e robusta, com ótimo pós-venda.
5. Chevrolet S10 Z71
De tempos em tempos, a Chevrolet ressuscita a S10 Midnight, que casa totalmente com a proposta da Ranger Black, trazendo visual mais esportivo e destaques escurecidos. Só que ela não está ativa no momento.
Quem fica com a pegada mais urbana, por enquanto, é a Z71, que tem até mesmo itens semelhantes: barra estendida na caçamba, estribos laterais, rodas de 18 polegadas de alumínio, gravatinha da Chevrolet na cor preta. Há ainda partida sem chave e tração 4×4, inexistentes na Black. Motor é o 2.8 turbodiesel com 207 cv e mais força nesta listagem aqui, com 52 kgf/m. Só que ela salta dos R$ 255 mil iniciais da S10 renovada, que já trariam desvantagem no preço, para quase R$ 70 mil de diferença.
Assim, mesmo com facelift recente e suspensão revista, a linha S10 anda emplacando menos que a Ranger.
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