Quando uma pessoa recebe o diagnóstico de algum tipo de demência, como a doença de Alzheimer, é preciso buscar estratégias que aliviem o impacto da condição marcada pelo declínio neurodegenerativo. Sem envolver nenhuma medicação, a musicoterapia pode ser uma alternativa. Afinal, a música tem um efeito profundo em praticamente qualquer pessoa, incluindo esses pacientes.

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Para pessoas com demência, o importante é escutar as suas músicas favoritas, independentemente se elas forem relaxantes ou estimulantes, do tipo clássica ou popular, com instrumentos ou apenas com vocais. É o que indica um pequeno estudo britânico recém-publicado na revista Geriatric Nursing

Fora do contexto de um quadro de demência, a musicoterapia já é conhecida no auxílio de outras condições de saúde, como crises de ansiedade, estresse ou transtorno do espectro autista.


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Impacto da música no cérebro

Antes de seguir, vale destacar que a música é estímulo bastante complexo para o cérebro, já os sons e os ritmos ativam diferentes áreas simultaneamente. A atividade cerebral é intensificada nas áreas límbica (responsável por processar emoções e memórias), cognitiva (conectada com percepção e aprendizado) e motora (associada ao movimento voluntário). 

Escutar as suas músicas favoritas é bom estímulo para pacientes com demência, como Alzheimer (Imagem: Anna Shvets/Pexels)

Dessa forma, quando há conexão entre as músicas tocadas e o ouvinte, é como se algo “mágico” acontecesse. Em pacientes com declínio das atividades cognitivas, isso pode ser ainda mais significativo e, de certa forma, pode trazer eles “de volta” para o momento presente. 

Músicas para pacientes com demência

Liderado por pesquisadores do Cambridge Institute for Music Therapy Research, no Reino Unido, a pesquisa sobre o impacto profundo da música em pessoas com demência foi dedicada exclusivamente à escuta de canções com as quais os pacientes se identificam. Entre as músicas escolhidas pelos pacientes, estavam:

  • Sinfonia n.º 3, de Ludwig van Beethoven;
  • Bad Habits, de Ed Sheeran;
  • The Night, de Frankie Valli & The Four Season.

“Descobrimos que a música de cada participante estimulou memórias e associações, e essa resposta autobiográfica foi descrita [anteriormente] na literatura”, afirmam os autores da pesquisa. Quando a sincronização ocorria, era possível identificar respostas físicas aos seus sons prediletos, como a mudança na frequência cardíaca. Em alguns casos, eles cantavam juntos e dançavam.

Entretanto, o grupo percebeu que os indivíduos “precisavam de várias sessões para se reconectar com sua música e ter tempo e oportunidades suficientes para se lembrar dela”.

De modo geral, o resultado das atividades indicam que os pacientes, ao escutar suas canções, recebiam estímulos capazes de despertar movimentos, emoções e memórias.

Embora as músicas possam ser positivas nesse processo, vale atentar a sons que sejam desagradáveis. Algumas respostas emocionais podem ser negativas, causando tristeza ou dor, o que não é desejável. 

Tratamento para demência?

Até o momento, não foi avaliado o impacto desses estímulos na melhora ou no controle do quadro de demência, mas, como não há contraindicação, são atividades não farmacológicas que podem ser acrescentadas na rotina. 

Medidas, como esta, são mais que necessárias quando se pensa na explosão de casos de demência prevista para ocorrer até 2050. No total, o número de pacientes com a condição deve triplicar em menos de 30 anos.

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