Para se orientar aqui na Terra, o Sistema de Posicionamento Global (GPS) se baseia em dados enviados por satélites. Mas e no espaço, como é possível se localizar? A resposta está nos buracos negros supermassivos.
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Assim como o meridiano de Greenwich é usado para a localização terrestre se tornar mais precisa, também foi necessário colher referenciais para a localização além da Terra. Primeiro, foram escolhidas algumas estrelas e, com base em cálculos de trigonometria, era fixada a localização exata entre um ponto e um mosaico de estrelas para poder navegar. Porém, logo um problema foi identificado.
“Todas as estrelas têm uma espécie de movimento próprio, que é resquício da sua formação. Então com o passar do tempo acaba mudando a precisão”, explica Cássio Barbosa, astrônomo do centro universitário FEI.
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Para muitos sistemas, a localização ainda é feita com base nas estrelas, pois há ferramentas que corrigem os desvios. Uma delas é o satélite Gaia, que fornece os novos parâmetros e atualiza a localização.
No entanto, dependendo da necessidade de navegação, as correções precisam ser feitas semanalmente. o que implica em um custo, não só de dinheiro, mas de tempo e de logística.
Assim foram escolhidos os buracos negros, por uma razão bem simples. “Ele são como luzes distantes que não se mexem”, destaca Barbosa.
“Se tiverem algum movimento, será imperceptível, por causa dessa distância. É mais imutável ao longo dos séculos”, completa.
Esse tipo de objeto estelar emite ondas de rádio e de luz, possibilitando sua localização no meio da vastidão do infinito. Sua posição, então, é fixada no Sistema Internacional de Referência Celeste (ICRS, na sigla em inglês), que é como se fosse um mapa. Veja abaixo:
A fixação do referencial nesse tipo de objeto celeste também permite que sistemas de localização terrestre, como o GPS, tenham uma precisão de centímetros.
Como nascem buracos negros supermassivos
Eles se formam quando um buraco negro passa a se alimentar no centro de uma galáxia. Assim, ele puxa para dentro de si, com a força da gravidade, tudo que está ao redor e em uma velocidade muito alta.
Isso o transforma em outro objeto espacial, o quasar. Um quasar é uma quase-estrela e seu nome é uma abreviação de “fonte de rádio quase estelar”. Segundo a astrofísica Roberta Duarte, esse é o objeto mais energético do universo. Sua existência, no entanto, é temporária. Tão logo o buraco negro pare de se alimentar nessa velocidade, ele deixa de ser um quasar.
O astrônomo e professor da FEI explica ainda que, pelas estatísticas, buracos negros supermassivos existem em todas as galáxias. “Se a galaxia está próxima, a gente enxerga a galáxia, se está distante demais, a gente só vê o núcleo, que vem do buraco negro que está ativo”, finaliza ele.
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